Vieira pediu para pagar caução com imóveis dos filhos e dinheiro. Juiz Carlos Alexandre aceitou

Antigo presidente do Benfica vai pagar a caução de três milhões de euros, aplicada no âmbito da Operação Cartão Vermelho, através de imóveis que são propriedade de sociedades detidas pelos dois filhos, no valor de 2,8 milhões, e o restante, 200 mil euros, em dinheiro.

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LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O juiz Carlos Alexandre aceitou a proposta de Luís Filipe Vieira para pagar a caução de três milhões de euros, aplicada no âmbito da Operação Cartão Vermelho, através de imóveis que são propriedade de sociedades detidas pelos dois filhos, no valor de 2,8 milhões, e o restante, 200 mil euros, em dinheiro. A notícia foi avançada esta quinta-feira pelo jornal digital Eco e confirmada pelo PÚBLICO.

O pagamento vai ser feito através da constituição de uma hipoteca sobre os imóveis e do depósito de 200 mil euros. Luís Filipe Vieira está em prisão domiciliária desde o dia 10 de Julho, e quando pagar a caução já poderá sair de casa.

O antigo presidente do Benfica inicialmente deu como garantia as acções no clube e mais 400 mil euros, que correspondem a parte de um imóvel avaliado em 1,2 milhões de euros e que ia servir também para pagar a caução de 600 mil euros do filho, Tiago, que também é arguido, mas o juiz Carlos Alexandre não aceitou.

O Ministério Público considerou que o valor das acções para este efeito não deve ser o actual valor de mercado – já que o valor dos títulos está inflacionado pelo interesse do empresário norte-americano John Textor em adquirir 25% da SAD das “águias” – havendo o risco de haver uma rápida desvalorização que não acautele devidamente os interesses da Justiça. Deve, por isso, ser considerado apenas o valor médio das acções ao longo dos últimos anos, um montante substancialmente inferior. E foi por isso que o juiz Carlos Alexandre decidiu pedir um reforço das garantias para pagar a caução.

Luís Filipe Vieira é suspeito de ter montado um esquema financeiro para retirar dinheiro do clube, usando verbas do Benfica para “benefício pessoal”.

Nos mandados, o Ministério Público descreve vários esquemas de fraude que terão causado prejuízo não só à SAD benfiquista, como ao Novo Banco e ao Estado português, quer através de impostos não cobrados, quer através de injecções de capitais públicos no Novo Banco e de financiamento ao Fundo de Resolução.

Vieira será também responsável pelo aumento indevido das comissões inerentes à venda de jogadores, que depois reverteriam para as empresas do universo de Luís Filipe Vieira, para onde terão sido desviados quase 2,5 milhões de euros.

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