A Ucrânia comemora o trigésimo aniversário da independência

Hoje, o caminho da Ucrânia é apenas um, ou seja, um caminho para a Europa Unida, longe das ambições imperiais do regime ditatorial russo de Putin. Nestes tempos conturbados, em que a Ucrânia precisa mais do que nunca do apoio internacional, a solidariedade dos nossos parceiros torna-se cada vez mais importante.

No dia 24 de agosto de 2021, a Ucrânia comemora o trigésimo aniversário da sua independência. Como é sabido, no dia 24 de agosto de 1991, o parlamento ucraniano proclamou a independência da Ucrânia, o qual foi aprovado por uma esmagadora maioria de 90,3% dos votos, no referendo sobre o Ato da Declaração de Independência, a 1 de dezembro de 1991.

No curso da história milenar do nosso país, um dos valores fundamentais dos ucranianos foi sempre o desejo de liberdade. Foi isso que nos levou a lutar pela independência.

Já no início do século XX, quando no ano de 1917 o Império Russo foi derrubado, começou a Revolução ucraniana, a qual durou quatro anos. Como resultado, a Ucrânia alcançou o estatuto de Estado.

Embora a perda da independência devido à ocupação bolchevique, em 1922, tenha trazido o regime totalitário comunista, que matou dezenas de milhões de ucranianos com o Holodomor, repressão política e deportação de povos indígenas, o espírito dos ucranianos permaneceu invicto.

O nosso povo nunca perdeu a esperança de recuperar o Estado independente. Quando, pois, se tornou possível, os ucranianos expressaram a sua vontade política de voltar a ter um Estado independente.

Durante os primeiros anos após a proclamação da independência, em 1991, a Ucrânia foi reconhecida por mais de 170 países estrangeiros, estabelecendo relações diplomáticas com os mesmos. A Ucrânia aderiu a 90 organizações internacionais, sendo um dos países cofundadores da ONU.

Portugal reconheceu a independência da Ucrânia a 7 de janeiro de 1992 e, posteriormente, a 27 de janeiro desse mesmo ano, Portugal e a Ucrânia estabeleceram relações diplomáticas, as quais sempre se desenvolveram e, sem dúvida, continuam a desenvolver-se num espírito de confiança e entendimento mútuo.

Para a Ucrânia, os últimos anos foram turbulentos e repletos de vários desafios na vida política do país. Como é sabido, desde 2014, os ucranianos tiveram novamente de se munir para proteger a liberdade e integridade territorial do seu Estado. A guerra sangrenta com a Rússia, que já dura sete anos, resultou na morte de mais de 14 mil pessoas, na ocupação de 7% do território ucraniano e na confiscação, destruição ou roubo de cerca de 1/4 do potencial industrial ucraniano. No entanto, enfrentando previsões do colapso do país, a Ucrânia sobreviveu, ergueu-se e avançou firmemente.

Durante 30 anos de independência, o país tem passado por um caminho de transformação impressionante em vários campos, implementando reformas em conformidade com os padrões europeus em diferentes setores. As mudanças positivas na Ucrânia são cada vez mais evidentes. O volume de comércio da Ucrânia com a Europa continua a aumentar. A UE ocupa o primeiro lugar entre os principais parceiros comerciais da Ucrânia.

No ano de 2020, o Governo ucraniano adotou a Estratégia de Reformas, que prevê a realização de 62 reformas e programas de desenvolvimento do país, cuja maioria está já em curso, em particular, na economia, nas esferas judicial e policial, na defesa, etc.

No passado dia 11 de junho, assinalou-se o quarto aniversário da introdução do regime de isenção de vistos entre a Ucrânia e a União Europeia. A propósito, o passaporte ucraniano está classificado em 28º lugar no ranking mundial e permite visitar, sem vistos, 131 países do mundo.

Há sete anos que o Governo ucraniano chama a atenção da comunidade internacional para a ocupação ilegal da península da Crimeia e a agressão russa nas regiões de Donetsk e Luhansk, bem como luta contra a guerra de informação em grande escala da Federação Russa contra a Ucrânia no mundo.

Nestes tempos conturbados, em que a Ucrânia precisa mais do que nunca do apoio internacional, a solidariedade dos nossos parceiros torna-se cada vez mais importante.

É por isso que a aplicação de sanções da UE contra a Rússia – o país agressor – é de extrema importância. Em junho de 2021, o Conselho da União Europeia prorrogou por um ano as sanções impostas à Rússia pela ocupação ilegal da Crimeia e aprovou a renovação das sanções económicas à Rússia por mais seis meses, devido à sua agressão militar no leste da Ucrânia. Sem dúvida, as sanções são uma ferramenta poderosa para renovar o respeito pelo Direito Internacional.

O novo instrumento internacional – a Plataforma da Crimeia, que será lançada no dia 23 de agosto 2021, em Kyiv, durante a Cimeira inaugural – visa restaurar a integridade da Ucrânia e desocupar a Península Crimeia. A participação de 28 países ao nível de chefes de Estado e parlamentos, bem como de governantes neste evento internacional, já foi confirmada.

Assim, a realização deste evento será uma demonstração de solidariedade de todo o mundo para com os ucranianos na luta pela restauração da integridade territorial da Ucrânia.

Hoje, o caminho da Ucrânia é apenas um, ou seja, um caminho para a Europa Unida, longe das ambições imperiais do regime ditatorial russo de Putin.

Estou convencida de que no futuro a Ucrânia se tornará membro de pleno direito da NATO e da UE, fortalecendo assim a família das nações europeias. 

A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico

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