A América deste Prince é a América de 2021

Gravado em 2010, Welcome 2 America só agora conhece edição. É Prince a ler o seu tempo de forma premonitória, como se falasse para 2021. Musicalmente, porém, é desequilibrado, entre o inspirado, o rotineiro e o sofrível.

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Sem rasgo assinalável na produção — é o som, limpo e cuidado, de uma banda ao vivo no estúdio —, filia-se em alguns génios fundadores em que Prince se moldou: Sly & The Family Stone, Curtis Mayfield, Jimi Hendrix Kevin Mazur

Primeiro, o trio formado por Prince, pelo baixista Tal Wilkenfeld e pelo baterista Chris Coleman gravou a base das canções, depois chegaram as vocalistas Shelby J., Liv Warfield e Elisa Fiorillo para os coros e o teclista Morris Hayes, também co-produtor, para dar o toque final nos arranjos com sintetizadores e teclados de quente sabor vintage. Num par de meses, entre Março e Abril de 2010, o álbum Welcome 2 America foi finalizado. Prince promoveu duas luxuosas sessões de audição do disco, que os músicos envolvidos recordam pela dimensão Hollywoodesca, com limousines a conduzirem os felizes contemplados com a pré-escuta ao local da acção, e partiu então numa longa digressão cuja componente americana se intitulava, obviamente, Welcome 2 America. Na dita digressão, porém, para além de uma versão diferente do tema título registado em estúdio, nada do álbum figurava no alinhamento. Prince a ser Prince: gravou o álbum, apresentou-o com pompa e circunstância e, depois, mudou de ideias e enfiou-o nos arquivos para não mais ver a luz do dia. Até agora.

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