Ministro britânico admite referendo na Escócia se houver “vontade consolidada” da população

Governo de Londres opõe-se, no imediato, à realização de um plebiscito. “Eu simplesmente não acho que seja apropriado, e as pessoas também não acham que seja apropriado, fazer a pergunta agora”, disse Michael Gove, que é de origem escocesa.

Foto
Michael Gove, ministro de Estado britânico Reuters

O ministro britânico Michael Gove afirmou que outro referendo sobre a independência da Escócia poderia realizar-se, depois do de 2014, quando houver uma “vontade consolidada” da população desta nação histórica, 

"O princípio de que o povo escocês, nas circunstâncias certas, pode colocar novamente a questão (de saber se quer separar-se do Reino Unido) permanece”, disse o ministro de Estado britânico, numa entrevista publicada este domingo no jornal escocês Sunday Mail.

"Eu simplesmente não acho que seja apropriado, e as pessoas também não acham que seja apropriado, fazer a pergunta agora”, disse o político conservador de origem escocesa.

Questionado se o Governo de Londres, que tem de autorizar um hipotético referendo, tenciona opor-se-lhe indefinidamente - até agora rejeitou-o - Gove afirma: “Não, se existir claramente uma vontade consolidada a favor de um referendo, haverá um”.

O ministro não especifica o que o Governo do primeiro-ministro Boris Johnson considera ser uma “vontade consolidada” do eleitorado escocês.

Em 2020, o apoio à independência escocesa foi avaliado em 58%, embora tenha diminuído já este ano. Uma sondagem recente do Sunday Times colocou esse apoio em 48%.

Nas legislativas escocesas de 6 de Maio, o Partido Nacional Escocês (SNP) de Nicola Sturgeon ficou às portas da maioria absoluta, com 64 dos 65 lugares necessários (de um total de 129 no Parlamento de Edimburgo), mas conseguiu aliar-se aos sete deputados do Partido dos Verdes, também a favor da independência.

No plebiscito histórico de 2014, promovido pelo SNP e autorizado pelo Governo conservador britânico da altura, 55,3% contra 44,7% dos escoceses votaram por permanecer no Reino Unido.

Sugerir correcção
Comentar