Alegre elogia candidato do PS ao Porto e apela à mobilização do partido

O poeta esteve no Porto para dar o apoio Tiago Barbosa Ribeiro. Fê-lo “por profunda convicção”, e não para substituir ninguém.

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Manuel Alegre esteve no Porto a declarar o seu apoio a Tiago Barbosa Ribeiro DRO DANIEL ROCHA

O socialista Manuel Alegre vê na candidatura de Tiago Barbosa Ribeiro à Câmara do Porto “uma oportunidade para o PS se reconciliar consigo mesmo e com o Porto”.

“Gostei do que ele disse, sobretudo quando afirmou que não se candidata para ser vereador de Rui Moreira. Criou-se agora uma oportunidade de o PS se reconciliar consigo mesmo e com o Porto”, declarou Manuel Alegre ao PÚBLICO esta sexta-feira, depois de um almoço com o cabeça de lista do partido a quem manifestou o seu apoio.

Classificando a candidatura como “clara, corajosa, com visão estratégica e com um projecto alternativo” para a cidade, o antigo deputado alude à história que o partido tem na cidade para criar linhas vermelhas: “O PS não deve ser bengala de ninguém”. Todos perceberam o sentido das suas palavras.

Manuel Alegre, que esta semana venceu o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosacom o livro Quando, almoçou nesta sexta-feira com Tiago Barbosa Ribeiro num restaurante da cidade, na companhia também de Alberto Martins, candidato à Assembleia Municipal do Porto, Manuel Correia Fernandes, antigo vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, e dos ex-deputados Jorge Strecht e Renato Sampaio.

Afastado da vida política activa, o antigo deputado revelou que o pretexto que o levou ao Porto foi exclusivamente apoiar Tiago Barbosa Ribeiro por entender que a “situação no Porto, que já foi um bastião do PS, estava muito confusa”.

“Esta é uma candidatura sem ambiguidades em que um jovem dirigente de uma outra geração mostra coragem, capacidade de correr riscos e de travar um combate difícil”, disse, sublinhando que os “líderes políticos fazem-se correndo riscos e travando combates difíceis”.

Generoso nos elogios que deixou ao candidato – “tem um discurso elaborado, consistente e uma visão sólida do Porto” –, Manuel Alegre apelou à mobilização do partido e insistiu na importância de a cidade ter um projecto alternativo. “O candidato mostrou capacidade de andar pelo seu próprio pé, de pensar pela sua cabeça e de ter um projecto para o Porto que não é sectário, é aberto às forças da cidade”, sustentou.

Afirmando que já esteve ligado ao Porto - estudou no antigo Liceu Alexandre Herculano –, Manuel Alegre voltou a abordar ao de leve a polémica em que mergulhou o processo autárquico no Porto com a escolha do candidato, ao dizer que lhe fazia “impressão a situação de uma certa ambiguidade” pelo que quis expressar o seu apoio.

“Vim aqui por vontade própria e por profunda convicção, depois do que vi nas primeiras entrevistas. Não substituo ninguém, mas nem ninguém me substitui a mim”, observou, deixando uma farpa: “[Tiago Barbosa Ribeiro] não me parece um politiqueiro e esta candidatura tem virtudes e potencialidades para unir e mobilizar os socialistas, indo mais além dos próprios socialistas”. E terminou com um novo apelo: “É um combate muito importante e significativo para o Porto e para a própria democracia”.

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