BPI lucra 185 milhões de euros no semestre

Actividade do banco em Portugal obteve já resultados líquidos ao nível de 2019, antes da pandemia

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João Pedro Oliveira e Costa,. poreseidente executivo do BPI LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O Banco BPI, do grupo espanhol CaixaBank, consolidou resultados líquidos de 185 milhões de euros no primeiro semestre de 2021, quatro vezes mais do que os 43 milhões de euros registados em igual semestre do ano passado, anunciou hoje a instituição ao mercado.

Em comunicado, o banco adianta ainda que a actividade em Portugal gerou um resultado líquido de 84 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2021. São mais 78 milhões de euros do que 12 meses antes (quando o lucro foi de seis milhões de euros) e dois milhões mais do que os 87 milhões de euros de lucro obtidos no primeiro semestre de 2019, adianta ainda a instituição. Sem o impacto de cinco milhões de euros com “custos com reformas antecipadas e rescisões voluntárias”, o resultado líquido recorrente da actividade em Portugal atingiu 89 milhões de euros.

Na apresentação dos resultados, que decorre na manhã desta sexta-feira, o presidente executivo, João Pedro Oliveira e Costa, disse que a contribuir para os lucros esteve o aumento do produto bancário, mas também a redução de imparidades anteriormente registadas para fazer face a perdas devido à crise. Segundo as contas, no fim de Junho, o BPI tinha um saldo em balanço de 75 milhões de euros de imparidades não alocadas que tinham sido constituídas em 2020.

Salientou também a contribuição do Banco de Fomento de Angola (BFA, de que o BPI é accionista) para os lucros do primeiro semestre. O BFA aprovou o dividendo ordinário de 2020 e uma distribuição de reservas livres, o que teve impacto no resultado do BPI de 92 milhões de euros.

Já o contributo da participação no moçambicano BCI foi de nove milhões de euros no semestre.

No total, a contribuição da actividade internacional foi de 101 milhões de euros no primeiro semestre, mais 181% face ao mesmo período de 2020.

Sem plano de reestruturação

Na apresentação de resultados, o presidente executivo do BPI disse que o banco vai continuar a reduzir o número de trabalhadores e balcões, mas afastou um programa de reestruturação, referindo que tentará que a redução de pessoal seja feita “sem grande perturbação”.

“Nós iremos continuar a transformar o nosso modelo de negócio consoante as necessidades de mercado. Mas se compararem o número de pessoas que efectivamente saíram (60) com o número de balcões, percebe-se que não é por aí. Estamos a transformar a rede comercial, vamos manter a presença em todos os locais eventualmente com maior concentração. Não temos um objectivo de sangria desatada”, disse João Pedro Oliveira e Costa.

O BPI tem vindo a reduzir o número de trabalhadores (sobretudo através de propostas de reformas antecipadas) e a fechar balcões, uma tendência que irá continuar, mas o gestor não quis indicar objectivos quantificados.

Afirmou apenas que o banco irá tentar fazer a redução de custos “sem grande perturbação”.

No final de Junho, o BPI tinha 4.562 trabalhadores, menos 60 face a Dezembro de 2020. Os balcões eram 326, o que significa que fechou 34 desde Janeiro.

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