Porque é que Otelo não merece luto nacional

Existem razões substanciais para negar o luto nacional a Otelo, essas razões não são burocráticas, e explicam-se numa frase: Otelo deu-nos a liberdade, mas não acreditou nela.

António Costa esteve muito bem ao decidir não decretar luto nacional pela morte de Otelo Saraiva de Carvalho, e merece os parabéns por essa lucidez, sobretudo quando está hoje a governar encostado a uma esquerda que namorou com Otelo nos anos 70. Inevitavelmente, o primeiro-ministro refugiou-se em justificações burocráticas: disse que era preciso ter “critérios coerentes”, e lembrou que não havia sido decretado luto nacional aquando da morte de Salgueiro Maia, em 1992 (esse, sim, um escândalo que deveria envergonhar o governo de Cavaco Silva), ou de Ernesto Melo Antunes, em 1999.

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