Um coro a pedir “luto nacional” na despedida a Otelo

Já na terça-feira, quando decorreu o velório de Otelo Saraiva de Carvalho, também centenas de pessoas se juntaram na Academia Milita, pedindo luto nacional ao mesmo tempo que prestaram homenagem ao coronel que foi “capitão de Abril”.

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Cerca de duas centenas de pessoas juntaram-se esta quarta-feira nas imediações da Academia Militar, em Lisboa, para prestar uma última homenagem a Otelo Saraiva de Carvalho. Com cravos nas mãos, enquanto aguardavam a saída do corpo do militar de Abril para o crematório de Alcabideche, em Cascais, cantaram, várias vezes, a canção Grândola, Vila Morena, entoaram palavras de protesto como “fascismo nunca mais” e apelaram a "luto nacional”, como sinal de protesto ao facto de este não ter sido decretado.

No momento da saída do carro fúnebre, para a cerimónia de cremação reservada à família e aos amigos mais próximos, ouviu-se uma grande salva de palmas vinda dos populares que esperavam o “capitão de Abril”. 

Já na terça-feira, quando decorreu o velório de Otelo Saraiva de Carvalho, também centenas de pessoas se juntaram no mesmo local, pedindo luto nacional ao mesmo tempo que prestaram homenagem ao coronel. As três principais figuras do Estado, Presidente da República, presidente da Assembleia da República e primeiro-ministro, além do ministro da Defesa Nacional, estiveram presentes num simbólico momento de recordação do estratega de Abril. 

O Presidente da República disse na terça-feira que para a decisão de não haver luto nacional pela morte do militar de Abril Otelo Saraiva de Carvalho contribuiu o facto de ter acontecido o mesmo quando morreram outros protagonistas da revolução.

“Penso que pesou o facto de figuras que eu já referi, Salgueiro Maia, Melo Antunes, não terem merecido essa homenagem. Olhando para trás, é pena que não tenham merecido”, afirmou o Presidente, depois de lembrar que a decisão de propor luto nacional é do Governo.

Mas o primeiro-ministro, António Costa, afastou a polémica de luto nacional. “O Estado tem de ter critérios consistentes e coerentes, o importante não é termos uma polémica, este é o momento de todo o país se reconciliar com o coronel Otelo”, disse. 

A notícia da morte de Otelo Saraiva de Carvalho marcou a manhã de domingo com reacções de várias personalidades que o destacaram sobretudo como “o homem do 25 de Abril” e, ao mesmo tempo, como uma “figura controversa”.

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