Exportações de bens voltam a superar nível pré-crise

Vendas portuguesas de bens ao estrangeiro voltam, pelo segundo trimestre consecutivo, a registar um valor superior ao que se verificava antes do início da pandemia. Importações estão a recuperar a um ritmo mais lento

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PAULO PIMENTA

Depois de, nos primeiros três meses do ano, terem registado a primeira variação homóloga positiva desde o início da pandemia, as exportações portuguesas de bens confirmaram no segundo trimestre que estão já de regresso aos níveis anteriores à crise. 

De acordo com a estimativa rápida do comércio internacional publicada esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, as exportações de bens, para além de registarem um aumento de 49,1% face a igual período do ano anterior, foram também 3% superiores ao nível registado há dois anos, no segundo trimestre de 2019.

A forte subida face ao segundo trimestre de 2020 já era esperada, tendo em conta que foi nesse período que se assistiu, por causa do início da pandemia, a uma travagem brusca dos fluxos do comércio internacional. Por isso, para melhor avaliar o desempenho das exportações portuguesas de bens, a comparação com o ano de 2019, antes da pandemia, é mais adequada – e o crescimento de 3% registado comprova que, a este nível, a economia portuguesa parece já ter regressado aos níveis anteriores à crise.

De notar, contudo, que os dados agora publicados pelo INE dizem respeito somente às exportações de bens, não incluindo os serviços. É nas exportações de serviços, que têm como componente fundamental os serviços de turismo, que se continua a revelar mais problemas em regressar aos níveis do passado. Esta é uma dificuldade particularmente relevante para Portugal tendo em conta o peso significativo que o turismo tem na economia do país.

Já no que diz respeito às importações de bens, apesar de se ter registado no segundo trimestre deste ano um crescimento de 46,3% face ao mesmo período de 2020, a variação face a 2019 continua a ser negativa. As compras de bens realizadas ao estrangeiro diminuíram 3,2% face ao segundo trimestre de 2019.

Este regresso mais rápido das exportações ao nível pré-crise faz com que, pelo menos nesta fase de retoma, o saldo da balança comercial de bens esteja a melhorar. Mais uma vez, contudo, as contas revelam-se mais negativas, quando se incluem no cálculo do saldo os números relativos à compra e venda de serviços, nomeadamente o turismo.

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