Exposição sobre surrealismo mostra cinco artistas lusófonos em Nova Iorque e Londres

Além de Cruzeiro Seixas, também Malangatana, Fernando Lemos, António Pedro e António de Azevedo terão obras incluídas na mostra que passará pelo Met e pela Tate Modern.

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Exposição de Fernando Lemos organizada no Museu do Design e da Moda em 2019 Miguel Manso

A exposição Surrealismo para além das fronteiras, que abre em Nova Iorque, em Outubro, e segue depois para Londres, em 2022, vai incluir obras de cinco artistas lusófonos, como Malangatana, Fernando Lemos e António Pedro, confirmou nesta terça-feira a Tate.

A exposição Surrealism Beyond Borders ("Surrealismo para além das fronteiras”, em tradução livre do inglês) vai abrir no dia 11 de Outubro, no Museu Metropolitano de Arte, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, onde permanece até 30 de Janeiro de 2022.

De seguida, abre, em 24 de Fevereiro do próximo ano na Tate Modern, em Londres, que a terá exposta até 29 de Agosto.

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Objecto surrealista de Cruzeiro Seixas, datado de 1953, feito com casco de pacaça e objecto do mar, que será emprestado para a exposição Fundação Cupertino de Miranda

Questionada pela Lusa, fonte da Tate confirmou à Lusa que, para além do já anunciado Artur do Cruzeiro Seixas (1920-2020), também Malangatana (1936-2011), Fernando Lemos (1926-2019), António Pedro (1909-1966) e António de Azevedo (1889-1968) terão obras incluídas na mostra.

Aquando da morte de Cruzeiro Seixas, no ano passado, a directora da Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, Marlene Oliveira, tinha já adiantado à Lusa que uma “obra de referência” do artista seria cedida para a exposição organizada em conjunto pelo Met e pela Tate Modern.

O surrealismo parte de uma “ideia revolucionária acesa em Paris cerca de 1924 que afirmava o inconsciente e os sonhos sobre o familiar e o quotidiano”, explica o texto disponível na página do Museu Metropolitano de Arte.

“Enquanto o surrealismo podia gerar trabalhos muitas vezes poéticos e até humorísticos, foi também usado como uma arma mais séria no combate pela liberdade política, social e pessoal, por muitos artistas a nível internacional”, acrescenta o museu, enquanto a Tate ambiciona “reescrever a história” do movimento através desta mostra.

O objectivo da exposição é ir além do enfoque dado ao surrealismo através de uma perspectiva da Europa Ocidental: “Esta mostra reconsidera o verdadeiro ‘movimento’ de surrealismo através das fronteiras de geografia e cronologia — e dentro de redes que vão da Europa de Leste até às Caraíbas, da Ásia ao Norte de África, e da Austrália à América Latina”.

“Incluindo quase oito décadas de trabalho produzido em 45 países, Surrealismo para além das fronteiras oferece uma nova abordagem das preocupações e trocas colectivas que reposicionam a apreciação deste movimento revolucionário e global”, pode ler-se na página do Museu Metropolitano.

A Tate complementa salientando que a exposição vai “mostrar como artistas por todo o mundo se inspiraram e uniram em torno do surrealismo, de centro tão diversos como Buenos Aires, Cairo, Lisboa, Cidade do México, Praga, Seul e Tóquio”.

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