Tratamentos de radioterapia podem estar em risco no IPO de Lisboa

Em causa está a falta de recursos humanos. Governo diz que já deu luz verde para a contratação de 78 profissionais

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Rui Gaudencio

A falta de recursos humanos especializados pode vir a limitar a capacidade de realizar tratamentos de radioterapia no IPO de Lisboa. Segundo a rádio TSF, dos sete aceleradores lineares – aparelhos usados para tratamentos de radioterapia – três podem vir a parar. Estes aparelhos exigem a presença de físicos médicos, especialistas que a unidade precisa. O Ministério das Finanças diz que já foi dada luz verde para a contratação de profissionais de saúde de várias especialidades no início do mês.

Após o fim do estado de emergência, que terminou com a limitação que impedia os profissionais de saúde de saírem do SNS, o IPO de Lisboa registou a saída de 50 profissionais. A necessidade de mais recursos humanos levou a unidade a fazer um pedido de contratação ao Ministério da Saúde. Contratações que precisam também da autorização do Ministério das Finanças.

Segundo a TSF, numa peça divulgada esta segunda-feira, o Instituto Português de Oncologia admitiu que a falta de recursos humanos pode levar à suspensão de alguns aceleradores lineares. No ano passado, o serviço de radioterapia daquela unidade tratou 2713 doentes, mas teve de encaminhar para o sector privado 1260 doentes, o que teve um custo de 2,5 milhões de euros.

Um valor muito superior ao custo anual de cerca de 205 mil euros que resultaria da contratação de nove físicos médicos, número de profissionais pedido pelo IPO e que permitiria o funcionamento em pleno dos sete aceleradores lineares durante 12 horas por dia. Nestas condições, o serviço de radioterapia “poderá ultrapassar os 3000 doentes tratados anualmente”, referiu a unidade ao PÚBLICO.

Depois da notícia da saída de meia centena de profissionais do IPO e de se ter ficado a saber que esta unidade precisa de mais de 300 profissionais até ao final do ano, o Ministério da Saúde comprometeu-se a avaliar os pedidos de contratação feitos. O IPO de Lisboa disse à rádio já ter recebido autorização para a contratação de 20 médicos. Mas havia ainda o compromisso do Ministério da Saúde da contratação de mais 78 profissionais de saúde, onde se incluem 36 enfermeiros, 26 assistentes operacionais, 12 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e quatro físicos médicos - menos cinco profissionais que os pedidos pelo IPO.

Já durante a manhã desta segunda-feira, o Ministério das Finanças assegurou à TSF já autorizou a contratação de 78 profissionais de saúde para o IPO e que esta autorização foi dada a 6 de Julho. Ao PÚBLICO, o IPO confirmou que “recebeu esta manhã [segunda-feira] a informação que já foi dada autorização para a contratação de profissionais”.

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