Antigo presidente da Câmara do Funchal Virgílio Pereira morreu com 80 anos

Virgílio Higino Gonçalves Pereira faleceu este sábado aos 80 anos. Foi militante do PPD/PSD, presidente da Câmara Municipal do Funchal e eurodeputado. A Câmara Municipal do Funchal decretou três dias de luto municipal.

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Virgílio Pereira em 1998 Luís Ramos

O antigo presidente da Câmara do Funchal Virgílio Pereira, que foi também deputado eleito pela Madeira no Parlamento Europeu e na Assembleia da República, faleceu este sábado aos 80 anos, disse fonte do PSD/Madeira.

Virgílio Higino Gonçalves Pereira nasceu em 11 de Janeiro de 1941 (80 anos), foi militante do PPD/PSD, presidente da Câmara Municipal do Funchal (1974-1983) e eurodeputado (1986 a 1994).

Regressou à presidência do principal município da Madeira entre Janeiro e Setembro de 1994, tendo deixado o cargo devido a um diferendo com o então presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim. No mesmo ano, recebeu a Medalha de Honra da Cidade, grau ouro.

Virgílio Pereira foi substituído na altura pelo vice-presidente, Miguel Albuquerque, que é hoje o líder dos sociais-democratas madeirenses e presidente do Governo Regional da Madeira.

O PSD/Madeira divulgou este sábado um voto de pesar pela morte de Virgílio Pereira, que considerou ser uma “figura incontornável da história da região e do partido”, um homem que esteve “associado não só à conquista da autonomia e aos seus valores como, também, ao exercício da democracia regional”.

“Uma perda que deixa, indubitavelmente, a região e o PSD/Madeira mais pobre”, lê-se no documento do partido, assinado pelo secretário-geral, José Prada.

Os sociais-democratas madeirenses manifestam “gratidão” e destacam “o papel que este grande Homem desenvolveu a favor da autonomia e da região”.

Também o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, manifestou o “profundo pesar pela morte de Virgílio Pereira, afirmando que foi “um amigo leal e um político fundador da democracia e da autonomia”.

José Manuel Rodrigues lembra a sua convivência com Virgílio Pereira, enquanto aluno, jornalista e deputado no Parlamento Europeu, realçando em toda a sua actividade “as suas enormes qualidades pessoais e o seu apego à defesa do bem comum”.

“O professor Virgílio Pereira foi um digno servidor da causa pública e honrou os cargos que desempenhou ao longo da sua vida”, enfatiza o presidente do parlamento madeirense, considerando que a melhor homenagem que se lhe pode prestar “é seguir o seu exemplo”.

O representante da República, Ireneu Barreto, manifestou igualmente o seu pesar, realçando que Virgílio Pereira foi o primeiro presidente eleito da Câmara do Funchal em eleições democráticas e o “primeiro madeirense no Parlamento Europeu”.

Expressando “tristeza pela perda deste notável madeirense”, o juiz conselheiro Ireneu Barreto aponta que “o professor Virgílio Pereira sempre demonstrou ser um político de profundas convicções humanistas e sociais e um acérrimo defensor dos ideais da autonomia”.

“Unanimemente apreciado e respeitado por madeirenses de todos os quadrantes políticos, deixa uma memória impressiva na nossa comunidade e um vazio difícil de preencher na vida política regional”, afirma o representante.

Para o presidente da comissão política do CDS-PP/Madeira, Rui Barreto, “o ‘professor Virgílio’, como era conhecido, deixou-nos um grande legado enquanto pessoa, destacando-se pela sua empatia, sentido de integridade e uma grande herança política”.

Por seu lado, o PS/Madeira destacou que, “ao longo da sua vida política, Virgílio Pereira demonstrou sempre ser um homem de valores e dedicado à causa pública, não se coibindo de mostrar o seu pensamento crítico quando estavam em causa os princípios em que acreditava, o que o levou, inclusivamente, a tomar decisões difíceis”.

“Ilustre democrata e pessoa livre, Virgílio Pereira fica na história como uma das figuras marcantes da política regional”, opina o PS/Madeira.

Câmara do Funchal decreta três dias de luto municipal 

A Câmara Municipal do Funchal decretou três dias de luto municipal, anunciou a autarquia. “O presidente Miguel Silva Gouveia vai decretar três dias de luto municipal, a cumprir amanhã, segunda-feira e terça-feira, dias 25, 26 e 27 de Julho, e a bandeira do município será colocada a meia haste em todos os edifícios municipais”, informa a autarquia na nota de pesar distribuída às redacções.

No documento, o município do Funchal, governado pela coligação Confiança (PS, BE, PDR e Nós, Cidadãos!) manifesta o “mais profundo pesar” pela morte do ex-presidente da autarquia, endereçando “aos seus familiares e amigos, e em especial ao filho Bruno Pereira [que foi vereador], as mais sentidas condolências por uma perda que todos os funchalenses choram”.

Miguel Silva Gouveia escreve que o antigo autarca é “uma figura incontornável do poder local democrático na Madeira”.

“Deixou um legado de quase uma década no Funchal”, complementa, opinando que “é uma referência que subsistirá na memória de todos os funchalenses, de todos os trabalhadores da Câmara Municipal do Funchal que tiveram o privilégio de o conhecer pessoalmente e de todos quantos se cruzaram com ele ao longo da sua carreira e, em especial, no exercício das suas nobres funções em nome da nossa cidade”, sublinha o responsável do principal município da Madeira.

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