Protestos violentos no Haiti antes do funeral de Jovenel Moïse

Confrontos em Cap-Haïtien, cidade natal do Presidente assassinado a 7 de Julho, marcam véspera das cerimónias fúnebres. Manifestantes lançaram pedras contra funcionários do Governo e diplomatas e atacaram um hotel.

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EPA/JEAN MARC HERVE ABELARD
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EPA/Orlando Barria

Homenagens e protestos marcaram a véspera do funeral do Presidente assassinado do Haiti, Jovenel Moïse, na sua cidade natal,  Cap-Haïtien. Enquanto decorreu uma missa em memória de Moïse, 53 anos, morto a 7 de Julho em sua casa, e trabalhadores se apressavam para construir um auditório improvisado e um mausoléu a tempo do funeral desta sexta-feira, manifestantes pegaram fogo a pneus e bloquearam estradas.

Muitos manifestantes atacaram também comitivas de funcionários e diplomatas, lançando pedras contra automóveis e tentando atacar um hotel onde acreditavam estar outras personalidades. A polícia disparou para o ar para os dispersar.

Alguns habitantes ergueram mesmo barricadas para evitar que habitantes da capital, Port-au-Prince, assistissem ao funeral.

A viúva do Presidente, Martine Moïse, que ficou ferida no ataque que matou o marido, estava na cidade protegida por agentes dos Estados Unidos. O director da Polícia, León Charles, foi vaiado quando esteve a inspeccionar os preparativos de segurança para o funeral. 

Os manifestantes querem respostas sobre o assassínio do Presidente, que o Governo diz ter sido levado a cabo por uma equipa de mercenários composta sobretudo por colombianos, contratados por uma empresa de segurança de Miami dirigida por um venezuelano. Muitos questionam como foi possível que Jovenel Moïse tenha sido morto a tiro sem que não houvesse qualquer ferido entre os guardas presidenciais.

O funeral decorrerá esta sexta-feira, e o mausoléu parcialmente construído ficará num terreno da família de Moïse, perto do mausoléu do seu pai, que morreu no ano passado.

A morte de Moïse, natural do Norte do país, fez despertar tensão entre as regiões norte e ocidente do Haiti, que tiveram origem, em parte, nas divisões raciais na altura em que o país era uma colónia francesa, entre os negros do Norte, descendentes de escravos, e os haitianos de pele mais clara que vivem no Sul e Ocidente do país.

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