Golos anulados em Portugal aumentaram significativamente com o VAR

Estudo da FPF indica também que os árbitros têm vindo a aceitar cada vez mais a análise do VAR e que o tempo útil de jogo não tem sido prejudicado.

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Estudo da FPF revela que os árbitros têm vindo a aceitar cada vez mais a análise do VAR LUSA/JOSE COELHO

O número de golos anulados subiu 165% desde a introdução do videoárbitro (VAR) no futebol português, na época de 2017/18, segundo um estudo divulgado esta sexta-feira pelo Portugal Football Observatory (PFO), ascendendo a uma média de 77 golos anulados por época.

“O videoárbitro tem contribuído para reduzir os erros e, ou, infracções passíveis de escapar ao escrutínio imediato no campo. Em todas as épocas VAR houve subida dos golos anulados”, lê-se nas conclusões publicadas no sítio de Internet da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Os dados demonstram que, nas últimas quatro épocas, o VAR tem sido “essencial” para reverter cada vez mais decisões iniciais do árbitro, sublinha o estudo, exemplificando que, em 2020/2021, o VAR permitiu detectar irregularidades que levaram à anulação de 40 golos e 18 penáltis inicialmente validados e assinalados, respectivamente.

Da comparação entre os dados relativos aos golos anulados antes e após a utilização desta ferramenta tecnológica, verifica-se um aumento significativo por época desportiva: antes do VAR a média era 29 por época, e depois do VAR esse valor aumentou 165%.

Mais, sem o recurso ao videoárbitro, nas últimas quatro épocas, teriam sido validados 119 golos, 56 penáltis e seis cartões vermelhos directos.

Tempo útil de jogo não foi prejudicado

Os dados indicam também que, de época para época, o árbitro tem vindo a aceitar mais vezes a análise do VAR.

Em 2020/2021 o árbitro seguiu a opinião do VAR em 96% dos lances, mesmo tendo decidido inicialmente de forma diferente. O impacto na queda das reversões decorreu de penáltis e da amostragem de cartões vermelhos, ao passo que os golos não tiveram influência relevante nessa descida.

O estudo revela ainda que, ao longo das últimas quatro temporadas, o tempo útil de jogo “não tem sofrido com esta mudança, estando aliás em crescimento nas ultimas épocas, acompanhado de um aumento do tempo de compensação dado pelos árbitros”.

Estas são algumas de várias conclusões do mais recente estudo do PFO, que analisou o “Impacto do VAR nas decisões dos árbitros e no Jogo”.

De referir que o VAR entra em 2021/2021 na sua quinta época de implementação no futebol português.

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