Alívio de restrições está dependente da próxima reunião do Infarmed

O encontro de ministros desta quinta-feira limitou-se à actualização dos concelhos na lista de risco e as novidades foram atiradas para a próxima semana, já depois de um novo encontro do Infarmed e com quase metade da população totalmente vacinada.

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Mariana Vieira da Silva assinalou que Portugal se está a afastar da zona vermelha LUSA/ANTÓNIO COTRIM

A partir de hoje há mais 26 concelhos na lista de risco elaborada semanalmente pelo Governo, o que significa que existem agora no total 116 concelhos que terão de seguir restrições mais apertadas durante a próxima semana, incluindo o cumprimento do recolher obrigatório entre as 23h e as 5h, por exemplo. Contas feitas, cerca de 80% da população de Portugal continental está na lista de concelhos identificados com os mais altos níveis de risco de transmissão e terá também de exibir certificado de vacinação ou teste negativo para aceder ao interior dos restaurantes ao fim-de-semana. Ainda assim ― e mesmo com o nível de incidência nos 421 casos por cada 100 mil habitantes e com a taxa de transmissibilidade a 1,09 ― o Governo deixou duas notas positivas no balanço que fez da evolução da pandemia e admitiu novidades na próxima semana.

Embora o país continue na “zona vermelha”, nas palavras da ministra de Estado e da Presidência, “o vermelho é menos denso do que era há umas semanas”. Além disso, quer os Açores, quer a região de Lisboa e Vale do Tejo já atingiram o pico de casos, pelo que estão já “fora da trajectória crescente”. No entanto, esta reunião não trouxe novidades. “O Governo não tomou novas decisões e não tenho nenhum comentário a acrescentar”, repetiu Mariana Vieira da Silva, em vários momentos. “Esse tema não foi discutido”, completaria depois. A próxima semana já deverá trazer novidades, antecipou a ministra, nomeadamente em relação à possível reabertura dos bares e discotecas.

“Aguardemos a evolução. O Governo sempre disse que o momento em que uma percentagem significativa de população tivesse as duas doses de vacina seria um momento de mudança de políticas”, assinalou. A governante notou que 47% da população está já inoculada, pelo que a ansiada “mudança de políticas” se aproxima no calendário do Governo e por isso “é altura de ouvir os especialistas”. O momento acontece na próxima terça-feira, 27 de Julho, com uma nova reunião do Infarmed, com especialista epidemiológicos e responsáveis políticos.

Até lá, os cuidados mantêm-se redobrados nos 116 concelhos na lista de risco, dos quais 55 em risco elevado (com mais de 120 casos de covid-19 por 100 mil habitantes a 14 dias – ou 240 casos nos concelhos com baixa densidade populacional) e 61 na lista de risco muito elevado (pelo menos 240 infecções por 100 mil habitantes, a chamada “zona vermelha" – ou 480 casos nos municípios com baixa densidade populacional). A estes somam-se ainda 29 concelhos em alerta, que esta quinta-feira registaram a primeira avaliação de incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes.

Sobre o anúncio feito pelo primeiro-ministro em relação à vacinação de crianças e jovens entre os 12 e os 17 anos no debate do estado da nação, a ministra da Presidência mostrou-se cautelosa, lembrando que o Governo ainda aguarda um parecer técnico da Direcção-Geral de Saúde (DGS). “É só em função dele que as decisões finais serão tomadas”, vincou. “Aquilo que o senhor primeiro-ministro indicou é que tudo está preparado para que a vacinação possa acontecer” entre 14 de Agosto e 19 de Setembro, completou Vieira da Silva. 

A ministra foi também questionada sobre os atrasos nos auto-agendamentos, respondendo apenas que estão a ser feitos os “acertos necessários em função das vacinas disponíveis”. “Não tenho informação a acrescentar além de que temos procurado manter os níveis de vacinação elevados”, respondeu a governante.

Até 8 de Agosto, pelo menos, o país continuará em situação de calamidade.

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