Fernando Medina: acordo com Livre “não é por necessidade” mas sim por “vontade”

Rui Tavares integra as listas da plataforma Mais Lisboa, liderada por Fernando Medina.

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Fernando Medina já tinha apresentado a sua candidatura pela plataforma Mais Lisboa LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Fernando Medina, o actual presidente da Câmara de Lisboa que se recandidata ao cargo, salientou a necessidade de dar continuidade ao projecto para uma cidade “mais verde, mais sustentável” com “renovada energia e ambição” e com a “felicidade adicional” de poder contar com Rui Tavares, dirigente do Livre.

O autarca falava após a assinatura do acordo eleitoral autárquico com o Livre, na manhã desta segunda-feira, que integrará a coligação Mais Lisboa e em que o fundador do partido, caso seja eleito, terá o pelouro da Cultura, Conhecimento e Ciência e Direitos Humanos.

É a primeira vez que o Livre vai integrar as listas da coligação liderada pelo PS. “Não é um acordo de quem tem necessidade, de conjuntura mas de quem tem vontade de se juntar e convergir num projecto só”, afirmou Fernando Medina.

Questionado sobre se haverá outro pelouro para o Bloco de Esquerda em eventuais futuras negociações, Fernando Medina salientou a “agregação de forças” que a plataforma Mais Lisboa representa. “Temos uma felicidade adicional, que é contarmos com Rui Tavares e assumir um pelouro nessa vereação. É um trabalho hercúleo – é bom que te vás habituando [disse num aparte para o fundador do Livre] –, entendemos que fazia sentido”, afirmou, acrescentando que “o resto” não faz parte da plataforma.

Depois de Rui Tavares, colunista do PÚBLICO, ter falado na “ideia de partilha” para permitir a concretização de projectos para a cidade, o candidato do PS apontou as linhas gerais do trabalho que pretende prosseguir. “Uma cidade mais verde, mais sustentável, uma cidade em que temos crescentemente habitação mais acessível, com melhores serviços públicos de saúde, educação, que é uma cidade para todos”, disse, defendendo que essa “continuidade” é a “escolha essencial” das próximas eleições autárquicas.

No seu discurso, Fernando Medina deixou apenas uma crítica ao PSD, sem o nomear, ao fazer a distinção do projecto que lidera e em que pretende valorizar o Serviço Nacional de Saúde em contraponto com outros que defendem uma “certa privatização da saúde”.

Sobre o caso do envio de dados pessoais de manifestantes para a embaixada russa, Rui Tavares elogiou a forma como Fernando Medina identificou e condenou a prática, revelando que “não houve hesitação por parte do PS à criação de um pelouro sobre direitos humanos”. Por seu turno, o presidente da câmara deixou a “garantia” de que continuará vigilante depois de ter referido que a “lição” a tirar do “episódio” é que as organizações devem olhar para dentro e ver como os dados pessoais são tratados e se em algum momento podem causar uma dificuldade.

A coligação Mais Lisboa integra ainda os movimentos Cidadãos por Lisboa e Lisboa é Muita Gente.

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