Boris Johnson pede “precaução” no dia em que as restrições são levantadas em Inglaterra

Primeiro-ministro anunciou o “dia da liberdade” preso em isolamento profiláctico. As discotecas abriram portas e o uso da máscara deixou de ser obrigatório desde esta segunda-feira.

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Restrições levantadas no Reino Unido, mas os cidadãos estão apreensivos Reuters, PÚBLICO

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, apelou esta segunda-feira aos britânicos para agirem “com precaução” agora que o Governo levantou a maioria das restrições impostas devido ao coronavírus em Inglaterra.

Segundo as autoridades, deixa de existir limite de pessoas por grupo e em eventos, ao mesmo tempo que as discotecas podem abrir as portas e os restaurantes e pubs podem retomar o serviço de bar, avançou a emissora britânica BBC.

O uso de máscara, até agora obrigatório, passará a ser unicamente uma recomendação. Boris Johnson, no entanto, vai passar o “dia da liberdade”, como lhe chamou o Governo,  em isolamento na sua residência oficial de Chequers, devido ao contacto com alguém que deu positivo, enquanto o ministro da Saúde, Sajid Javid, também está a cumprir quarentena. O primeiro-ministro indicou que ficará em isolamento até 26 de Julho.

Num vídeo partilhado na sua conta do Twitter, o líder do Governo britânico defendeu o levantamento das medidas restritivas, inicialmente previsto para 21 de Junho. “Não há dúvidas que o programa de vacinação massiva enfraqueceu em grande medida a relação entre infecção e hospitalização, assim como entre a infecção e o desenvolvimento de doença grave, e isto é algo crucial”, assegurou.

Ainda assim, pediu às pessoas para serem “cautelosas”. “Avancem [para esta nova etapa] com a máxima prudência e respeito pelas outras pessoas”, acrescentou. Em contraste, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, classificou como “imprudente” o levantamento das medidas.

“Podemos ver como o número de contágios continua a aumentar. Sabemos que isto resultará em milhares de pessoas a precisar de ficarem em isolamento”, lamentou Starmer, acusando Johnson de “pôr toda a nação num carro, pisar o acelerador e sem colocar o cinto de segurança”.

Já o ministro responsável pela vacinação, Nadhim Zahawi, avançou que a campanha de vacinação de menores entre os 12 e 17 anos será anunciada em breve. Com os contágios a aumentar, alguns especialistas manifestaram a sua preocupação e alertaram que os casos diários podem chegar aos 200 mil, especialmente impulsionados pela variante Delta.

Para Zahawi não existe “um momento perfeito” para tomar esta decisão. “Este é um vírus altamente infeccioso, que se transmite por aerossóis. É preciso ter cuidado e temos de permanecer atentos. O controlo fronteiriço continua em vigilância”, afirmou.

A Escócia, por sua vez, passou esta segunda-feira para o nível mais baixo de alerta, o que implica também um levantamento da maioria das restrições impostas para travar a transmissão do coronavírus na região.

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, confirmou a notícia e apelou também à “precaução”. O distanciamento físico foi reduzido para um metro, mas o uso de máscara continua a ser obrigatório no interior de estabelecimentos e nos transportes públicos.

Sturgeon criticou o levantamento das medidas em Inglaterra, referido como o “dia da liberdade”, considerando ser algo “pouco sensato”, dada a importância e gravidade da situação. Neste sentido, salientou que é importante levantar as restrições de forma gradual. Na Irlanda do Norte está prevista o levantamento das medidas a partir de 26 de Julho.

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