Preço do petróleo desce com acordo entre países produtores

Fim do braço-de-ferro entre os membros da OPEP+ conduz a aumento progressivo da oferta de petróleo nos mercados mundiais, melhorando as perspectivas de evolução dos preços.

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Reuters/LEONHARD FOEGER

Os preços do petróleo registaram, durante esta segunda-feira, uma descida, depois de, no dia anterior, o grupo de países que reúne muitos dos principais produtores de petróleo no mundo ter chegado a um entendimento que pode conduzir a um aumento da oferta no mercado. A expectativa é, neste momento, de inversão da tendência de subida de preços a que se tem assistido nos últimos meses.

Os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados – um grupo a que se dá a denominação de OPEP+ e que inclui grandes produtores como a Arábia Saudita ou a Rússia – anunciaram no domingo que chegaram a um acordo para a eliminação progressiva até Setembro de 2022 dos cortes de produção definidos no ano passado, no início da pandemia. O braço-de-ferro entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos que tinha, no início deste mês, adiado um entendimento ficou agora resolvido.

A OPEP+, que no ano passado tinha realizado um corte de produção de 10 milhões barris por dia com o objectivo de sustentar os preços durante a pandemia, decidiu agora que, para além da recuperação de 4,2 milhões de barris já realizada, irá aumentar em mais dois milhões de barris a produção até ao final deste ano e depois, até Setembro de 2022, restabelecer totalmente a oferta para os níveis pré-pandemia.

Para resolver o impasse nas negociações, foram ainda acordadas alterações nas quotas destinadas a cada país, algo que acabou por satisfazer as exigências dos Emirados Árabes Unidos.

Os cortes realizados no ano passado, combinados com as expectativas de uma retoma na actividade económica mundial, têm vindo, nos últimos meses, a conduzir a uma escalada dos preços do petróleo nos mercados internacionais, com consequências imediatas nos preços dos combustíveis praticados em todo o globo, incluindo Portugal.

Esta segunda-feira, depois de se ter ficado a saber que as negociações na OPEP+ foram bem sucedidas e conduzem a aumentos progressivos da produção, a tendência foi de uma descida marcada nos preços, a maior desde o passado mês de Março. De acordo com a agência Reuters, a meio da tarde, o preço do barril de Brent (transaccionado no mercado londrino) tinha baixado mais de quatro dólares para 69,36 dólares. Já o preço do petróleo praticado no mercado norte-americano caía 4,36 dólares para 67,25 dólares.

O entendimento obtido abre a porta a uma expectativa mais favorável da evolução dos custos do petróleo nos próximos meses. No entanto, os analistas alertam que a evolução dos preços ainda dependerá, em larga medida, do ritmo da retoma económica que, se se revelar mais forte do que o previsto, pode conduzir a aumentos mais acentuados da procura que tornem insuficiente o reforço da oferta agora acordado.

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