Mais de metade (314) dos voos previstos para hoje foram cancelados devido à greve na Groundforce

No segundo dia de greve, já foram cancelados 301 voos de e para Lisboa, tantos quanto os de todo o dia de sábado, dos 511 previstos para este domingo. Para o Porto estavam previstos 26 mas 13 já estão cancelados.

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Este domingo cumpre-se o segundo dia da greve EPA/JOSE SENA GOULAO

O segundo dia de greve na Groundforce levou já ao cancelamento de 301 voos de e para Lisboa, dos 511 previstos para este domingo, e 26 de e para o Porto, segundo fonte oficial da ANA.

“Devido à greve do serviço de handling [assistência em terra à aviação] da Groundforce, dos 511 voos previstos hoje para o aeroporto de Lisboa estão cancelados, até ao momento, 301 voos (160 chegadas e 141 partidas) e previstos serem operados 210 (102 chegadas e 108 partidas)”, referiu à Lusa fonte oficial da empresa gestora de aeroportos.

No aeroporto do Porto, este primeiro balanço à Lusa indica que, para já, estão cancelados para este domingo 13 chegadas e 13 partidas.

Tal como no sábado, a empresa gestora dos aeroportos apela aos passageiros com voo marcado para hoje para que se informem sobre o estado do mesmo, antes de se deslocarem para o aeroporto.

“Apelamos aos passageiros com voos cancelados que não se dirijam ao aeroporto de Lisboa e procurem informação através de outros canais, digitais e telefónicos”, adiantou a empresa.

As companhias aéreas que utilizam o Terminal 2 do aeroporto de Lisboa - as low cost - e as que operam com outra empresa de assistência em escala, que não a Groundforce, mantêm a sua operação regularizada.

Durante o dia de sábado a greve nos serviços de handling (apoio de terra à aviação) da Groundforce cancelou 242 voos no aeroporto de Lisboa - 107 chegadas e 135 partidas.

No aeroporto do Porto, a greve levou ao cancelamento de 18 voos (nove chegadas e nove partidas), em Faro e na Madeira foram canceladas três chegadas e três partidas em cada um dos aeroportos e no Porto Santo a paralisação obrigou a cancelamento de quatro ligações aéreas.

O facto de a maior parte das situações abrangidas pelos serviços mínimos decretados para esta greve se terem esgotado durante o dia de sábado, deverá levar a uma subida do número de partidas e chegadas canceladas nos aeroportos nacionais.

Este domingo cumpre-se o segundo dia da greve convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), como protesto pela “situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias” que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde fevereiro de 2021.

A paralisação vai prolongar-se ainda pelos dias 31 de Julho, 1 e 2 de Agosto.

Além desta greve, desde o dia 15 de Julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24:00 do dia 31 de Outubro de 2021.

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.

A TAP garantiu no sábado que não tem quaisquer pagamentos em atraso à Groundforce, depois de a empresa de handling ter acusado a companhia aérea de uma dívida de 12 milhões de euros por serviços já prestados.

Serviços mínimos com menos impacto no segundo dia

De acordo com a decisão do tribunal arbitral a que a Lusa teve acesso, foram decretados serviços mínimos para “todos os voos que no momento do início dos períodos das greves já se encontravam em curso de acordo com o planeamento inicial e que tinham como destino os aeroportos assistidos pela SPdH [Groundforce]”.

Os serviços mínimos contemplam ainda “todos os voos de regresso a Lisboa de aeronaves da TAP Portugal que efectuaram em night-stop em escala europeia”.

Estão ainda abrangidos os voos de Estado ou voos militares.

Uma vez que aquelas duas primeiras situações se terão esgotado durante o sábado, o número de cancelamentos de voos com destino ou chegada prevista para aeroportos nacionais onde a empresa presta apoio em terra à aviação (handling) durante deste domingo será mais elevado, tal como antecipava no sábado o presidente executivo (CEO) da ANA -- Aeroportos de Portugal, Thierry Ligonnière.

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