Selecção portuguesa de andebol não voa para Tóquio devido a greve da Groundforce

Mais de 90 voos cancelados, só esta manhã, de e para Lisboa, por causa da greve de trabalhadores da Groundforce

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O selecionador diz que não sabe como agir nesta situação LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

A selecção nacional de andebol ia voar este sábado para Tóquio para participar nos Jogos Olímpicos, mas o voo foi cancelado devido à greve da Groundforce. O voo partia às 12h05 para Frankfurt.

Paulo Jorge Pereira, seleccionador nacional, diz não saber quando é que a selecção poderá viajar. “Não sabemos bem o que vai acontecer. Vamos ver como os atletas vão reagir a isto para depois continuar a competir e a trabalhar para preparar a competição”, diz. “Não sei o que fazer nos próximos dias. Não sei se viajamos hoje ou amanhã.”

O treinador sublinha ainda tem de haver reflexão sobre estas decisões. “Ainda há pouco falei dos direitos humanos, acho que toda a gente tem direito a lutar pelos seus, mas a partir do momento em que toca nos direitos dos outros é preciso reflectir antes de tomar decisões”, diz. “Isto não depende de nós, e estamos a tentar adaptar-nos àquilo que surja. Vamos tentar manter o nosso foco naquilo que nos levou a Tóquio”, disse declarações à RTP 3 no aeroporto Humberto Delgado.

Ainda havia a hipótese da equipa viajar para Amesterdão mas este voo foi também cancelado.

A greve dos trabalhadores da Groundforce levou este sábado ao cancelamento, até ao momento, de 93 voos, entre 40 partidas e 53 chegadas no aeroporto de Lisboa, disse à Lusa fonte oficial da ANA – Aeroportos de Portugal. Nos aeroportos do Porto, Faro, Funchal e Porto Santo a greve não regista, pelo menos até ao momento, impacto significativo, acrescentou. A ANA solicita aos passageiros com voo marcado, para este sábado e domingo, que se informem sobre o estado do mesmo, antes de se deslocarem para o aeroporto.

Este sábado é o primeiro dia da greve convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), como protesto pela “situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias” que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde Fevereiro de 2021. A paralisação vai prolongar-se pelos dias 18 e 31 de Julho, 1 e 2 de Agosto, o que levou a ANA a alertar esta sexta-feira para possíveis constrangimentos nos aeroportos nacionais, cancelamentos e atrasos nos voos assistidos pela Groundforce, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.

TAP alerta para “constrangimentos significativos” na operação

A TAP avisou este sábado que a sua operação está a registar “significativos constrangimentos”, com registo de vários voos cancelados e alerta que a situação deverá manter-se no domingo.

“A TAP está com significativos constrangimentos em toda a sua operação prevista para o dia de hoje e de amanhã, devido à greve de dois dias no serviço de assistência em terra da Groundforce, que se iniciou às 0h de 17 de Julho”, refere a companhia aérea em comunicado, alertando para “expectáveis cancelamentos e atrasos nos voos assistidos pela Groundforce, sobretudo no aeroporto de Lisboa”.

A transportadora aérea está a notificar os clientes cujos voos estão a ser directamente impactados pela greve, mas solicita aos passageiros que acompanhem o estado do seu voo no site da TAP, para que possam fazer uma gestão online do voo, caso este se encontre entre os afectados pela paralisação dos trabalhadores da empresa de handling.

Em comunicado, pede aos clientes para privilegiarem “as ferramentas online para self service de bagagem” e consultarem a página no site da TAP, “criada em exclusivo para a greve, com instruções em caso de disrupção de voo e bagagem” o que pode ser feito no site.

Neste sentido, apela aos passageiros para que não se desloquem para o aeroporto em caso de voo cancelado.

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