Sporting diz que respondeu à IGAI e fala de declarações de extrema gravidade

Clube lamenta acusações do ministreo Eduardo Cabrita através de comunicado oficial e garante ter testemunhas e provas que atestam ter respondido ao pedido de esclarecimento feito pela IGAI.

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Festejos do título do Sporting continuam a gerar polémica EPA/MIGUEL A. LOPES

O Sporting reagiu esta sexta-feira através de comunicado oficial às acusações feitas pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, de não ter dado resposta aos pedidos de esclarecimento da Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI), no âmbito do inquérito sobre a actuação da PSP nos festejos de campeão nacional.

“O Sporting Clube de Portugal considera que as declarações assumidas hoje pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, relativamente às comemorações do 23.º título de Campeão Nacional de futebol, no passado mês de Maio, são de extrema gravidade. Não concebendo o Sporting Clube de Portugal qualquer possibilidade alternativa de tentativa de desvio de atenção ou responsabilidade sobre este, ou qualquer outro, tema da actualidade”, refere o texto veiculado pelo clube de Alvalade, que lamenta o que considera de “profundo desconhecimento que o ministro revela dos factos”.

Em 11 pontos, o Sporting apresenta a “defesa da veracidade dos factos” em forma de esclarecimento, sublinhando que “atempada e de forma proactiva, contactou numa primeira fase o Ministério da Saúde” e, depois, o Ministério da Administração Interna. “Durante três semanas, o Sporting CP tentou sensibilizar o governo para a eventualidade da conquista e consequente comemoração espontânea popular”, refere o primeiro ponto.

O Sporting alega ter-se prontificado a “estar presente em reunião com as autoridades competentes”, onde “foi desenhado, em plena colaboração e acordo entre todas as partes, o plano executado”, salvaguardando diferentes cenários, como “a possibilidade de comemoração exclusivamente no interior do estádio”, sugestão que o comunicado diz não ter sido acolhida por “à data ser contrária à posição e indicações, quer governamentais quer das autoridades sanitárias, relativamente à presença de público nas bancadas e ao estrito cumprimento das obrigações inerentes em vigor”.

“Em virtude do referido, foi proposto por outra entidade, que não o Sporting CP, a alternativa de criar um circuito pela cidade que fosse ao encontro deste propósito, e não ao da concentração. Circuito que foi unanimemente aceite por todos os envolvidos”, sublinha o sexto ponto, assumindo o clube o ataque ao ministro.

“Reforçamos que o Sporting CP participou nas reuniões de forma colaborativa. Não é o Sporting CP que impõe regras à DGS, PSP, Ministério da Administração de Interna ou ao Governo. É por isso também lamentável que o ministro Eduardo Cabrita afirme que o Sporting CP não respondeu a qualquer pedido de esclarecimento feito pela IGAI. É lamentável e não corresponde à verdade”.

Sobre esta questão em particular, o comunicado alega que “o Sporting CP recebeu um ofício do IGAI a 21 de Maio, sem indicação de prazo de resposta. A resposta do Sporting CP a este ofício data de 9 de Julho. No dia 1 de Junho de 2021, o IGAI contactou o Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) do Sporting CP. No dia 14 de Junho, o IGAI insistiu por uma resposta e a mesma foi enviada nesse dia por parte do nosso OLA”, afirma o clube, prosseguindo que “no dia 17 de Junho o Director de Segurança do Sporting CP prestou declarações durante 2 horas perante 3 inspectores, após convocatória do MAI no âmbito do dito inquérito”, para terminar com um último dado. 

“O relatório da IGAI deu entrada no MAI no dia 12 de Julho, que era a data apontada na própria comunicação social, para o encerramento do inquérito, não fazendo nota destas respostas do Clube. Ou seja, não só o Sporting CP prestou informação directamente, como o fez através do seu Director de Segurança e do seu OLA”.

O Sporting CP garante estar “na posse de toda a informação e testemunhas que podem atestar cabalmente o supra referido, não aceitando de forma alguma que, mesmo não existindo intenção, a falta de conhecimento possa sobrepor-se à verdade dos factos, muito menos tendo em conta a responsabilidade inerente ao cargo de quem as profere, e em quem todos os cidadãos portugueses depositam a maior confiança e rigor”.

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