Presidente da Bolívia acusa líder da OEA de facilitar “golpe de Estado” em 2019

Luis Arce refere que “nunca se provou” a fraude eleitoral de Outubro de 2019 denunciada por Luis Almagro e que o “golpe de Estado” contou com o “apoio” da OEA e de “grupos insubordinados”.

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O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, é acusado de ter ajudado no “golpe de Estado” em 2019 David Mercado

O Presidente da Bolívia, Luis Arce, acusou o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, de ter ajudado a proporcionar “o golpe de Estado” após as eleições de 2019.

Na sua conta do Twitter, Arce publicou que “há indícios de que Almagro auxiliou no golpe de Estado de 2019 na Bolívia” depois de o secretário-geral da OEA ter pedido um minuto de silêncio pelas vítimas dos massacres de Senkata e Sacaba, no Conselho Permanente da OEA, algo que o Presidente boliviano descreveu como “indignante”.

Arce sustenta que as acusações de fraude nas eleições de 20 de Outubro de 2019 “nunca foram provadas” e que, após a ida às urnas, orquestrou-se um “golpe de Estado” com o “apoio” da Organização dos Estados Americanos e com a “cumplicidade” de “grupos insubordinados que romperam com a cadeia de ordens e forçaram a renúncia das autoridades constituídas democraticamente”.

O ex-Presidente Evo Morales proclamou-se vencedor das eleições presidenciais de 2019, nas quais procurava um quarto mandato, mas o seu principal rival, Carlos Mesa, que ficou em segundo, denunciou uma “fraude gigantesca”.

As partes envolvidas concordaram que a OEA realizasse uma auditoria, onde detectou “irregularidades”. Morales demitiu-se a 10 de Novembro após uma onda de violência que fez mais de 20 mortos. Jeanine Áñez, então a “número dois” do Senado, autoproclamou-se Presidente interina para preencher o vazio de poder.

A Bolívia voltou a realizar eleições presidências a 18 de Outubro de 2020, data proposta em várias ocasiões devido à pandemia de covid-19. Arce, candidato do partido de Morales, Movimento para o Socialismo (MAS), foi vencedor à primeira volta, com mais de 55 por cento dos votos.

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