“Algumas pessoas estão a preparar-se para a guerra” na África do Sul

Ministro da Polícia diz que as pilhagens são apenas uma “cortina de fumo”. Ministra da Defesa refere que vão ser enviados 25 mil soldados para as ruas.

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O Governo da África do Sul anunciou os seus planos de colocar 25 mil soldados nas ruas para fazer face aos protestos e distúrbios dos últimos dias, depois da prisão do ex-Presidente Jacob Zuma, condenado a 15 meses de prisão por desrespeito, e que já resultou em 72 mortos, mais de 1700 detidos e muitos danos materiais.

A ministra de Defesa sul-africana, Nosviwe Mapisa-Ngakula, explicou que o primeiro envio de 2500 militares foi considerado insuficiente pelo Presidente Cyrul Ramaphosa, que pediu planos para o reforço desse contingente.

A ministra revelou que há propostas para chegar até 70 mil militares, mas diz que a avaliação será feita diariamente e que neste momento sobre a mesa está o envio de 25 mil militares para ajudar a polícia a conter os incidentes, de acordo com o site News 24.

Por seu lado, o ministro da Polícia, Bheki Cele, salientou que as pilhagens dos últimos dias são uma “cortina de fumo” para as pessoas que preparam “ataques contra o Estado”. “Algumas pessoas estão a preparar-se para a guerra”, disse o ministro, citado pela agência alemã DPA.

A União Africana, entretanto, condenou “o aumento da violência” na África do Sul e pediu que seja “urgentemente restaurada a ordem, a paz e a estabilidade” no país, porque a incapacidade de restaurar a ordem “poderia ter graves impactos não só no país, também na região”.

Os protestos começaram depois de Zuma se ter entregado, na noite do dia 7 de Julho, para cumprir a pena de 15 meses de prisão a que foi condenado por não ter comparecido para prestar declarações na comissão que investiga a corrupção durante os seus nove anos à frente do Governo.

Zuma tornou-se no primeiro Presidente sul-africano eleito democraticamente a ser condenado a uma pena de prisão desde que o Congresso Nacional Africano (ANC) chegou ao poder em 1994.  A sua liderança do partido, que começou em 2007, foi interrompida em 2017 quando o seu vice, Cyril Ramaphosa, o afastou.

A queda de Zuma teve lugar no meio da indignação popular pelo peso da família Gupta na economia e política da África do Sul durante o seu tempo no Governo. Um relatório da ex-Defensora do Povo, Thuli Madonsela, recolhe testemunhos daquilo que classificou como “a captura do Estado” e que deu título ao documento.

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