Preços das casas desaceleram em Portugal, Lisboa regista descida homóloga

Dados do primeiro trimestre mostram um aumento de 4,5% face aos últimos três meses de 2020 e de 3,1% face a igual período do ano passado.

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daniel rocha

Os dados do primeiro trimestre confirmam a desaceleração dos preços da habitação em Portugal, especialmente em 18 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes. Neste universo, o município de Lisboa destaca-se por registar o preço mediano de habitação mais elevado (3257 euros por metro quadrado) e por ser o único município onde se verifica uma redução homóloga dos preços da habitação (-7,9%), de acordo com dados publicados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

No período de 12 meses terminado em Março de 2021, Lisboa também apresentou, pela primeira vez desde o início da série estatística de preços da habitação ao nível local (primeiro trimestre de 2016), uma taxa de variação homóloga negativa de 1,1%. “Lisboa reforça, assim, a tendência de desaceleração dos preços da habitação que se verifica desde o 4º trimestre de 2018”, destaca o INE.

A nível nacional, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi de 1241 por metro quadrado, um aumento de 4,5% face aos últimos três meses de 2020 e de 3,1% relativamente ao mesmo período de 2020.

A desaceleração é evidenciada na evolução da taxa de variação homóloga entre o quarto trimestre de 2020 e o primeiro de 2021, que passou de 7,8% para 3,1%, “interrompendo a aceleração verificada nos últimos três meses, destaca o INE”.

As três sub-regiões com variações homólogas mais elevadas, e acima da média nacional, verificaram-se no Algarve (1755 euros), na Área Metropolitana de Lisboa (1685 euros) e na Área Metropolitana do Porto (1333 euros), correspondendo a 4,3%, 4,1% e 11,1%, respectivamente.

No período em análise, para além de Lisboa, Cascais (2936 euros), Oeiras (2536 euros), Porto (2282 euros) e Odivelas (2071 euros) apresentaram preços medianos superiores a 2000 euros por metro quadrado. O Porto também se destacou, a par com Matosinhos, por apresentar uma variação homóloga dos preços superior a 16% (+16,7% e +16,9%, respectivamente).

Nos 18 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes em que ocorreu uma desaceleração dos preços da habitação, dez pertenciam à Área Metropolitana de Lisboa e três à Área Metropolitana do Porto. E em sete deles a desaceleração dos preços entre o último trimestre de 2020 e o primeiro do corrente ano foi superior ao padrão nacional (-4,7 p.p.), tendo sido mais acentuada em Setúbal (-14,3 p.p.), Santa Maria da Feira (-9,1 p.p.), Funchal (-8,5 p.p.) e Lisboa (-7,9 p.p.).

Na Área Metropolitana de Lisboa, Oeiras foi mesmo o único município a registar um aumento da taxa de variação homóloga entre o final de 2020 e início de 2021.

A desaceleração do preço das casas já estava patente na subida do Índice de Preços da Habitação (IPHab), do INE, que aumentou 5,2% no primeiro trimestre deste ano, face a igual período de 2020, mas em quebra de 3,4 pontos percentuais (p.p.) face ao aumento homólogo de 8,6% verificado entre Outubro e Dezembro do ano passado. 

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