Covid-19: Boris Johnson admite voltar a impor restrições em Inglaterra se pandemia piorar

O Governo britânico confirmou esta segunda-feira que a maioria das medidas de confinamento será levantada em Inglaterra a 19 de Julho, embora tenha também reconhecido que o número de infecções vai continuar a aumentar e potencialmente chegar aos 100 mil novos casos por dia nas próximas semanas.

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Johnson lembrou que “a pandemia não acabou” e que é preciso avançar cautelosamente Reuters/POOL

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu esta segunda-feira que poderá voltar a impor restrições para controlar a pandemia de covid-19, apesar de antes ter dito que pretendia que o desconfinamento fosse “irreversível”.

“Vamos manter todos os dados sob revisão constante ao longo do resto deste ano, provavelmente também no próximo ano. E se observarmos circunstâncias muito excepcionais, como a chegada de alguma nova variante que não tenhamos previsto e que cause problemas, obviamente, não devemos descartar nada”, afirmou durante uma conferência de imprensa. 

Johnson lembrou que “a pandemia não acabou” e que é preciso avançar cautelosamente. “Claro que espero que seja irreversível, mas para ser irreversível é preciso sermos cautelosos”, referiu. 

O Governo britânico confirmou esta segunda-feira que a maioria das medidas de confinamento será levantada em Inglaterra a 19 de Julho, embora tenha também conhecido que o número de infecções vai continuar a aumentar e potencialmente chegar aos 100 mil novos casos por dia nas próximas semanas.

O executivo concluiu que estão cumpridas as quatro metas necessárias para desconfinar, nomeadamente o sucesso da vacinação, indícios de que as vacinas estão a reduzir as hospitalizações e mortes, que as taxas de infecção não correm o risco de sobrecarregar os serviços de saúde e que nenhuma nova variante possa ser particularmente perigosa.

A partir de 19 de Julho, o uso de máscaras deixa de ser obrigatório por lei e os ajuntamentos deixam de ter limites em espaços abertos (30 pessoas actualmente) e espaços fechados (seis pessoas). Isto significa que casamentos, funerais e outros eventos poderão realizar-se sem limites ou restrições, e teatros, salas de concertos e restaurantes poderão funcionar normalmente e com a capacidade total.

Discotecas e outros espaços de animação nocturna poderão também voltar a funcionar pela primeira vez desde Março de 2020.

“Não há dúvidas” de que Reino Unido está na terceira vaga

O principal assessor científico do Governo, Patrick Vallance, admitiu na mesma conferência de imprensa que “não há dúvidas” de que o Reino Unido está numa terceira vaga da pandemia provocada pela variante Delta, e que, por isso, as infecções e hospitalizações vão continuar a aumentar durante o Verão.

No entanto, referiu, graças à vacinação contra a covid-19 o risco de hospitalização é cerca de quatro vezes menor do que era antes e o risco de morte é 9-10 vezes menor. “Mas [o risco] ainda existe”, acrescentou.

O director geral de Saúde de Inglaterra, Chris Whitty, disse que a “vaga vai acontecer, independentemente da data” do desconfinamento, mas também mostrou preocupação com o aumento dos internamentos hospitalares. “Quanto mais devagar avançarmos, menos pessoas vão ter covid e menos pessoas vão para o hospital ou morrer”, argumentou. 

Nos últimos sete dias, entre 6 e 12 de Julho, a média diária foi de 29 mortes e 32.599 casos, o que corresponde a uma subida de 56,2% no número de mortes e de 28,1% no número de infecções relativamente aos sete dias anteriores.

A média diária de pessoas hospitalizadas foi de 440 entre 30 de Junho e 6 de Julho, um aumento de 56,6% face aos sete dias anteriores. Na quinta-feira, segundo os dados mais recentes, estavam hospitalizados 2731 pacientes, dos quais 417 com auxílio de ventilador. 

Desde o início da pandemia, foram notificados 128.431 óbitos de covid-19 num total de 5.155.243 infecções confirmadas no Reino Unido. Até domingo, 87,2% da população adulta já tinha recebido uma primeira dose de uma das vacinas disponíveis e 66,2% já tem a vacinação completa.

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