Festival de Almada: colonialismos e violência sobre os corpos

Naquele que será, porventura, o momento de maior expressão mediática desta edição, Monica Bellucci subirá ao palco do Centro Cultural de Belém (10 e 11 de Julho) para se meter na pele da maior cantora lírica de sempre, Maria Callas, numa criação de Tom Volf que visita a sua vida a partir do livro Maria Callas – Lettres et Mémoires, adaptado para a cena.

Foto
Quim Tarrida

O Festival de Almada entra na sua segunda semana e para trás ficam já as primeiras imagens desta edição. O arranque simultâneo, a 2 de Julho, com HipólitoAurora NegraHistory of Violence e Amitié permitia, desde logo, fazer um raio-X a este 38.º ano do mais importante festival de teatro no calendário português – a decorrer até 25 de Julho. Hipólito, tragédia grega clássica de Eurípides aqui revisitada pela mão do decano encenador Rogério de Carvalho, falava de forma muito directa para a história da Companhia de Teatro de Almada, numa das duas peças estreadas no festival como forma de celebrar os 50 anos da estrutura fundada por Joaquim Benite. Mas ao mesmo tempo que promovia o diálogo com uma outra encenação de Rogério para a CTA (Fedra, de Racine, 2006), numa outra perspectiva para a narrativa desta vingança que Afrodite faz abater sobre Hipólito e, por consequência sobre Fedra, colocava-nos também perante noções de pertença, de exclusão e de violência sobre o corpo que atravessa boa parte desta programação.

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