A justiça e o ministro que sabia de menos

O ministro que sabia “alguma coisa”, mas não sabia nada que tivesse “relevância penal”, é uma vítima da normalidade do funcionamento da justiça. Mas, depois do recuo do MP na sua acusação, merece uma palavra de solidariedade por três anos de padecimentos.

No curto espaço de dias, o Ministério Público (MP) lançou três megaoperações policiais. Em geral, a opinião pública aplaude estes raides que, como nos filmes, implicam acção, drama, e a noção de poder e vitória dos bons sobre os maus. Se depois destas cenas espectaculares reproduzidas nas televisões ou nos jornais o processo cai no marasmo, se os indícios eram falsos ou incipientes, se por acaso a história acaba algures a meio sem acusações, isso pouco interessa. As megaoperações deixaram de ser apenas um instrumento indispensável à prossecução da justiça e tornaram-se elas próprias um meio de aplicar a justiça. É por isso que, no meio dos casos Berardo ou de Luís Filipe Vieira, a lamentável história de Azeredo Lopes tem dificuldades em aparecer no radar.

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