Tajiquistão pede apoio a aliança militar liderada pela Rússia para proteger fronteira com o Afeganistão

As autoridades do Tajiquistão, que partilha uma ampla fronteira com o Afeganistão, receiam não conseguir lidar com a deterioração da segurança no país vizinho, na sequência dos avanços dos taliban.

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Soldados afegãos JALIL REZAYEE/EPA

O Tajiquistão pediu na quarta-feira apoio ao bloco militar dirigido pela Rússia para lidar com os desafios de segurança que estão a emergir no Afeganistão, horas depois de Moscovo ter afirmado que iria defender os seus aliados regionais afectados pela situação.

A segurança no Afeganistão tem vindo a deteriorar-se rapidamente à medida que as tropas estrangeiras se retiram do país 20 anos depois, resultando na fuga de militares afegãos para o Tajiquistão em resposta ao avanço dos taliban.

Num pedido à Organização do Tratado de Segurança Colectiva – uma aliança de segurança que conta com várias antigas Repúblicas soviéticas – um responsável tajique afirmou que o seu país não conseguia lidar com a instabilidade na fronteira sem ajuda externa.

“Tendo em conta a situação actual na região, tal como o isolamento e a irregularidade dos terrenos montanhosos que fazem fronteira com o Afeganistão, lidarmos com este desafio sozinhos parece difícil”, disse Hasan Sultonov, o representante do Tajiquistão na organização, à agência RIA.

Os comentários de Sultonov surgem depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, ter dito que Moscovo estava pronto para usar a sua base militar no Tajiquistão, uma das maiores bases russas no estrangeiro, para garantir a segurança dos seus aliados na região.

“Estamos a observar atentamente o que está a acontecer no Afeganistão, onde a situação tende a piorar de forma rápida, incluindo no contexto da retirada dos militares norte-americanos e outras tropas da NATO”, disse Lavrov.

“Vamos fazer tudo o que pudermos, inclusivamente usar as capacidades militares da Rússia da base militar na fronteira do Tajiquistão com o Afeganistão, para prevenir impulsos agressivos contra os nossos aliados”, acrescentou Lavrov.

Já o Presidente russo, Vladimir Putin, disse na segunda-feira a Emomali Rakhmon, Presidente tajique, que Moscovo iria ajudar, se necessário, a desfavorecida e antiga república soviética a lutar contra as consequências da saída da NATO do país vizinho.

Rakhmon ordenou a mobilização de 20 mil soldados reservistas para dar apoio na fronteira com o Afeganistão depois de mais de mil soldados afegãos terem fugido pela fronteira na sequência dos avanços dos taliban.

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