Grandes e médias empresas puxam pelo investimento este ano

Aumento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deve ser de 4,9% este ano, depois da queda em 2020 que, mesmo assim, foi menos acentuada do que o estimado.

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Investimento na construção destacou-se em 2020 mas deverá descer este ano Rui Gaudencio

O investimento empresarial deve crescer 4,9% este ano face a 2020, de acordo com os dados do inquérito à conjuntura publicados esta quarta-feira pelo INE (realizado entre Abril e Junho últimos). Este valor representa uma revisão em alta face aos 3,5% calculados no anterior inquérito, de Outubro do ano passado.

O aumento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), diz o INE, “deve-se principalmente aos contributos positivos de 5,9 pontos percentuais” (p.p.) das empresas que têm mais de 500 pessoas ao serviço, com uma variação de 14,6%, e de 2,4 p.p. das empresas com 250 a 499 trabalhadores, cujo investimento deve subir 15%. Já as empresas com menos de 50 pessoas, ou seja, as pequenas e micro empresas, “apresentaram um contributo negativo de 3,5 p.p.”, com uma perspectiva de contracção do investimento que chega a 16,2%, em contexto de pandemia de covid-19.

O INE dá também conta de diferenças entre sectores, com as empresas ligadas às actividades financeiras e aos seguros e as de transportes e armazenagem a apostar mais no investimento, enquanto o comércio e construção registam os contributos negativos mais significativos para a variação do investimento total este ano, seguindo-se o alojamento e restauração.

Tal como no ano passado, o principal factor limitativo do investimento empresarial foi a “deterioração das perspectivas de venda”. Em termos de empregos, o inquérito dá nota de que se prevê “um aumento do peso relativo da dificuldade em contratar pessoal qualificado e uma redução do peso relativo da insuficiência da capacidade produtiva”. De qualquer forma, a esmagadora maioria das empresas (78%) prevê uma estabilização no número de pessoas que emprega, e apenas 14% admite um aumento.

Os resultados dão ainda nota de uma menor queda do investimento em 2020 face ao que estava estimado até agora, com um decréscimo 13,6% (a primeira previsão era de uma queda de 16,3%).

“Considerando a dimensão das empresas por escalões de pessoal ao serviço, todos os escalões apresentaram contributos negativos para a variação do investimento em 2020”, diz o INE. Entre as 13 secções de actividade económica que fazem parte do inquérito, houve cinco que resistiram ao embate da pandemia em 2020: actividades de informação e de comunicação, construção, imobiliário, actividades financeiras e água e saneamento.

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