Pelo menos 140 estudantes raptados em mais um ataque a uma escola na Nigéria

Foram ainda raptadas oito pessoas num hospital no Noroeste da Nigéria, incluindo duas enfermeiras e um bebé de 12 meses. Desde Dezembro, 800 a mil alunos foram sequestrados no país.

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Um dos camiões usados para resgatar as raparigas raptadas de uma escola interna em Zamfara, em Março Afolabi Sotunde/Reuters

Homens armados atacaram esta segunda-feira uma escola secundária interna no estado de Kaduna, no Noroeste da Nigéria, raptando pelo menos 140 estudantes. Nos últimos meses tem havido um aumento dos raptos em escolas no Norte do país – por grupos que visam, em muitos casos, obter avultados resgates – e centenas de estudantes foram levados.

Os atacantes invadiram o Colégio Baptista Bethel, na cidade de Chikun, pelas 2h00, disparando esporadicamente antes de levarem um número ainda indeterminado de estudantes, disse John Hayab, membro da Igreja Baptista e presidente do ramo regional da Associação Cristã da Nigéria, citado pela agência Efe.

“Há 182 estudantes da escola e até agora contámos cerca de 28”, disse Hayab, admitindo que vários possam ter escapado durante o ataque e estarem por contar. Já Emmanuel Paul, professor na escola, disse à AFP que foram raptados pelo menos 140 alunos. A mesma informação foi dada à BBC pela mãe de uma aluna de 15 anos que foi raptada.

As descrições falam de um grande grupo de homens armados que chegou em motas e derrubou a cerca, o que coincide com os relatos de muitos dos últimos sequestros recentes em escolas.

Esta segunda-feira, foram ainda raptadas oito pessoas num hospital no Noroeste da Nigéria, incluindo duas enfermeiras e um bebé de 12 meses. A polícia diz que os homens que atacaram o hospital de Zaria, que descreve como “bandidos”, abriram fogo contra uma esquadra na cidade, permitindo assim a outro grupo entrar no dormitório do hospital.

Segundo as autoridades, mais de 800 alunos foram raptados desde Dezembro; a BBC diz que foram mais de mil – destes, nove foram mortos e mais de 200 continuam desaparecidos, alguns de apenas três anos.

Os raptos massivos tornaram-se uma prática comum entre vários grupos armados desde o sequestro de 276 alunas de uma escola secundária em Chibok, no estado de Borno, em 2014 (a primeira só foi resgatada dois anos depois e mais de 100 continuam desaparecidas).

A 30 de Maio, 147 estudantes foram raptados de uma escola corânica no estado do Níger (Centro-Norte), com onze deles, entre os quatro e os 12 anos, libertados um dia depois. Na véspera, 14 alunos da Universidade Greenfield (também em Kaduna) tinham sido libertados depois de estarem sequestrados desde Abril. No início de Março, foram libertados 279 estudantes raptados uma semana antes numa escola governamental só de raparigas, no estado de Zamfara.

Em Dezembro, os terroristas do Boko Haram reivindicaram o sequestro de 344 alunos numa escola do estado de Katsina (Noroeste), na primeira vez que o grupo reclamou um ataque fora do Nordeste da Nigéria – todos estes estudantes foram mais tarde encontrados numa floresta no estado vizinho de Zamfara, já no Nordeste.

A meio de Junho, o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, prometeu pôr fim a estes raptos.

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