França associa subida de casos em Portugal e Espanha a abertura de fronteiras

Gabriel Attal garante que “França tem um quadro de restrições nas suas fronteiras que é um dos mais rigorosos da Europa”. A partir desta segunda-feira, o país vai começar a administrar a segunda dose das vacinas em ponto turísticos, incluindo as praias.

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França vai começar a administrar a segunda dose das vacinas em ponto turísticos, incluindo as praias Nuno Ferreira Santos

O porta-voz do Governo francês, Gabriel Attal, associou esta segunda-feira o recrudescimento da covid-19 em Espanha e Portugal à abertura prematura das fronteiras destes países, em particular com o Reino Unido, onde ocorre uma explosão de casos.

Espanha e Portugal “são países que flexibilizaram as regras nas fronteiras, em particular com o Reino Unido, muito antes de nós”, disse Attal, numa entrevista à estação France Inter, adiantando que o Governo de França foi censurado por isso.

Segundo Attal, “França tem um quadro de restrições nas suas fronteiras que é um dos mais rigorosos da Europa”. Paris exige quarentena, em alguns casos sob controlo das autoridades, a viajantes de muitos países fora da União Europeia.

Os que viajam a partir do Reino Unido devem apresentar um certificado de vacinação e um teste negativo (PCR ou antígenos), exigindo-se aos não vacinados um “motivo imperioso” para viajar e um teste negativo e à chegada a França um outro teste e uma quarentena de sete dias.

Attal admitiu ser “uma possibilidade” uma nova vaga epidémica em França no final de Julho, tendo em conta a expansão da variante Delta, mais contagiosa e cuja presença duplica a cada semana, já responsável por 30% das novas infecções. Essa hipótese, disse, é particularmente verosímil quando se vê o que está a acontecer noutros países europeus, como o Reino Unido, Portugal, Rússia ou Espanha.

Para que o número de casos não aumente no país, e tendo como preocupação a variante Delta, o governo francês decidiu vacinas a população nos principais pontos turísticos, como nas praias. “Este verão, a vacina vai ter com as pessoas”, anunciou na sexta-feira Gabriel Attal. “Tudo deve ser feito para evitar a retomada da epidemia na França.”

A medida introduzida esta segunda-feira permite que os franceses receberam a segunda dose da vacina num local diferente naquele em que tomaram a primeira, conforme anunciou o ministro da Saúde francês, Olivier Véran. “A partir de segunda-feira pode marcar-se a primeira dose num determinado centro e o segundo noutro centro no país, incluindo nos locais onde as pessoas costumam passar férias”.

O ministro, inicialmente, opunha-se ao aliviar das regras da toma da segunda dose devido à dificuldade de alterar a distribuição das vacinas. Olivier Véran também sugeriu que os médicos e paramédicos em certos locais de férias tinham “outras coisas a fazer além de vacinar toda a população francesa durante o Verão”.

Em França a incidência da covid-19 deixou de baixar há cinco dias e tem aumentado, segundo a agência noticiosa espanhola Efe.

Em Espanha, a incidência da doença a 18 de Junho era de 96 casos por cada 100.000 habitantes e a 2 de Julho a incidência acumulada a 14 dias já ultrapassava os 150 casos por cada 100.000 habitantes.

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