Vitória em Lisboa será “marco” para o PSD e paga “todos os objectivos”, diz José Silvano

Para José Silvano, se Carlos Moedas quiser entrar na corrida de sucessão na liderança do PSD então tem de ter um resultado forte nestas autárquicas: “ganhar a Câmara ou ficar lá perto”.

Foto
José Silvano, à esquerda, é o coordenador do PSD para estas autárquicas Rui Gaudencio

O secretário-geral do PSD e coordenador das autárquicas disse este domingo que a vitória em Lisboa nas eleições de 26 de Setembro seria “um marco” e pagaria “todos os outros objectivos” definidos para esta luta eleitoral. Em entrevista ao JN/TSF, José Silvano frisou que a aposta, com a candidatura de Carlos Moedas à Câmara da capital, “é para ganhar e tem todas as condições para ganhar”.

“No limite, se ganhássemos Lisboa, praticamente o que disse do resto dos objectivos [mais câmaras municipais, mais eleitos locais e mais votos] deixava de ter interesse, porque Lisboa era um marco de vitória. Lisboa paga todos os outros objectivos”, declarou.

Elogiando a “coragem” de Carlos Moedas, Silvano afirmou que, se o resultado na capital for baixo, o candidato “é o primeiro a perder tudo”. “Se com isto quis fazer alguma tentativa também de se colocar para a sucessão no PSD, precisa de um resultado que seja ganhar a câmara ou ficar lá perto”, afirmou.

Sobre a candidatura de Vladimiro Feliz à Câmara do Porto, o responsável pelo processo autárquico do PSD afirmou que a fasquia na escolha do candidato “foi para ganhar”, salientando que, nas contas feitas às europeias, que deram 23% ao partido, e às legislativas (mais de 30%), “existe eleitorado portuense que se identifica com o PSD”.

Considerando que Vladimiro Feliz “tem todas as condições” para se vir a revelar um “nome forte”, José Silvano afirmou que a questão é que os eleitores portuenses vão “enfrentar uma dicotomia para poderem decidir o seu voto”.

“Ou apoiam um candidato que o PSD apresenta, com uma ideia para o Porto, com experiência no Porto, em contraponto a uma candidatura do Rui Moreira, que nós entendemos que tem aqui um apoio indirecto do PS”, acrescentou.

Instado a explicar o jantar que teve com Rui Moreira, Silvano afirmou que o objectivo foi “saber da possibilidade, se ele se recandidatava ou não à câmara do Porto e, sendo não, saber se estaria disponível, ele e o seu movimento, para apoiar uma candidatura do PSD e integrar a própria candidatura do PSD, ao que ele disse claramente que não”.

“E, em contrapartida, perguntou: então porque não apoia o PSD a minha recandidatura? E eu disse automaticamente que não”, afirmou José Silvano. Quanto à candidatura à Câmara Municipal de Gaia, marcada pela desistência de António Oliveira, o secretário-geral social-democrata afirmou que, “se ele tivesse a resiliência suficiente para continuar, apesar das adversidades”, não teria desistido, admitindo que o processo, marcado pela ausência de diálogo e, “se calhar, numa conversa de surdos de parte a parte”, se arrastou, levando também ao “desgaste do candidato”. Segundo Silvano, o candidato a Gaia será conhecido segunda-feira “de certeza absoluta”.

Sugerir correcção
Comentar