Fotogaleria

De Tóquio a Nova Iorque: o brilho dos néones de cinco grandes cidades

Hong Kong ©Xavier Portela
Fotogaleria
Hong Kong ©Xavier Portela

Em 2014, o fotógrafo luso-belga Xavier Portela decidiu partir em viagem com o objectivo específico de descobrir o Japão. Quando lá chegou, graças ao jet lag, em vez de ir para a cama passou toda a noite acordado a explorar o ambiente nocturno de Tóquio. "Nunca tinha estado tão longe de casa, então tudo era novidade, tudo era estimulante", conta ao P3, a partir de Bruxelas. Nessa noite, fotografou copiosamente. "Quando regressei, comecei a tratar as imagens da viagem, mas não fiquei satisfeito com o resultado. Tudo era bidimensional, sem brilho. Não consegui reproduzir a emoção que senti ao plantar-me no cruzamento de Shibuya ou das ruas de Akihabara [no coração de Tóquio]. Esse caos de gente a movimentar-se em meu torno, o ruído, a temperatura, a atmosfera vibrante..." Tudo isso estava ausente das imagens, por isso Xavier optou por arquivá-las.

Dois anos depois, no Verão de 2016, inspirado pelas cores do anime japonês, começou a pensar que talvez a cor o ajudasse a recuperar a atmosfera e as emoções das suas composições fotográficas. "Pouco depois, lancei a minha primeira série, chamada Tokyo's Glow." Essa série seria o primeiro capítulo de uma que se entenderia, nos anos seguintes, a mais cidades: Hong Kong, Nova Iorque, Banguecoque, Taipé, Dubai.  "Nunca esperei que a reacção do público a Tokyo's Glow fosse tão intensa." E só por isso decidiu dedicar os anos seguintes ao projecto pessoal. "Desde então, já tive oportunidade de regressar ao Japão para desenvolver uma nova série de imagens patrocinada por uma empresa imobiliária japonesa e ter uma das imagens que produzi num billboard gigante no centro de Tóquio, o que foi uma recompensa incrível para algo que começou como um projecto pessoal." Não é talvez, por acaso, que Tóquio se mantém, até hoje, a sua cidade favorita e, com os seus néones, a que mais o inspira.

As imagens de Glow não reproduzem aquilo que os olhos vêem, mas sim aquilo que o cérebro experienciou naqueles lugares, explica Xavier. "É uma colecção de imagens em que as cores activam o cérebro de forma a reproduzir variáveis que numa fotografia não existem, tais como a temperatura, o ruído, o movimento." Uma imagem que deixe Xavier indiferente merece ser esquecida, conclui. 

Hong Kong
Hong Kong ©Xavier Portela
Nova Iorque, EUA
Nova Iorque, EUA ©Xavier Portela
Tóquio, Japão
Tóquio, Japão ©Xavier Portela
Hong Kong
Hong Kong ©Xavier Portela
Hong Kong
Hong Kong ©Xavier Portela
Banguecoque, Tailândia
Banguecoque, Tailândia ©Xavier Portela
Banguecoque, Tailândia
Banguecoque, Tailândia ©Xavier Portela
Tóquio, Japão
Tóquio, Japão ©Xavier Portela
Kobe, Japão
Kobe, Japão ©Xavier Portela
Taipé, Taiwan
Taipé, Taiwan ©Xavier Portela
Banguecoque, Tailândia
Banguecoque, Tailândia ©Xavier Portela
Dubai, Emirados Árabes Unidos
Dubai, Emirados Árabes Unidos ©Xavier Portela
Dubai, Emirados Árabes Unidos
Dubai, Emirados Árabes Unidos ©Xavier Portela
Dubai, Emirados Árabes Unidos
Dubai, Emirados Árabes Unidos ©Xavier Portela
Nova Iorque, EUA
Nova Iorque, EUA ©Xavier Portela
Tóquio, Japão
Tóquio, Japão ©Xavier Portela
Tóquio, Japão
Tóquio, Japão ©Xavier Portela