Rep. Checa-Dinamarca: a surpresa grande e a surpresa pequena

Ninguém esperava muito de checos e dinamarqueses, mas aqui estão eles, a lutar por um lugar nas meias-finais do Euro 2020.

Foto
Daniel Wass, jogador da Dinamarca Reuters/VALENTYN OGIRENKO

O confronto entre República Checa e Dinamarca deste sábado, em Baku (17h, SPTV1), deve ser o menos “glamouroso” dos quartos-de-final. E, no entanto, é o único dos quatro jogos que tem (mais ou menos) um campeão europeu de futebol em cada um dos lados. De um lado estarão os herdeiros da Checoslováquia, campeã em 1976 graças à maravilhosa loucura de Antonin Panenka, e, do outro, estará a “Danish Dynamite” 2.0, que pretende imitar os feitos da equipa de 1992. Apesar da história, ninguém contava muito com eles para chegarem tão longe, mas aqui estão. E um deles estará nas meias-finais.

A selecção checa teve uma fase de grupos razoavelmente tranquila, garantindo o seu lugar com uma vitória sobre a Escócia e um empate com a Croácia, perdendo depois com a Inglaterra pela margem mínima. Passou como um dos terceiros e, pensava-se, seria um “petisco” para os Países Baixos, um dos totalistas da primeira fase. Mas não foi, aproveitando-se das fragilidades defensivas de um adversário a jogar com menos um para ganhar por 2-0.

Com uma equipa feita à base de jogadores a actuar no país, o maior destaque desta República Checa tem sido Patrik Schick, avançado do Bayer Leverkusen e autor de quatro golos neste Europeu, um deles um sério candidato a golo do torneio – o remate de meio-campo que deu golo frente à Escócia. Será a principal ameaça à baliza da Dinamarca, e Jaroslav Silhavy, o seleccionador, quer continuar a surpreender neste Euro, sabendo que, do outro lado, estará uma selecção com um suplemento de motivação pelo que aconteceu a Christian Eriksen: “Temos de os igualar em compromisso e abordagem do jogo, e acho que o conseguimos fazer. Um erro pode decidir o destino do jogo.”

A Dinamarca chega ao jogo de Baku em crescendo (oito golos marcados nos últimos dois jogos, depois de ter perdido os dois primeiros), e com um plantel quase completo às ordens de Kasper Hjulmand. Depois de ter perdido Christian Eriksen no jogo de abertura com a Finlândia, a selecção nórdica apresenta-se frente aos checos já com os regressados Kjaer e Poulsen. “Estão todos aptos. Agora vamos ver quem estará melhor para jogar”, garantiu o treinador dinamarquês.

Kasper Schmeichel é a ponte entre esta Dinamarca e a selecção campeã de 1992, em que a baliza era guardada pelo seu pai, Peter. O guarda-redes do Leicester City considera que esta selecção tem tudo o que é preciso para ir longe e está pronto para ir a jogo: “Primeiro que tudo, somos uma boa equipa, sólida e difícil de bater. E, depois, esta equipa tem um grande espírito que se tem visto nas últimas semanas. Todos os jogos internacionais são importantes. Estar aqui é uma boa experiência, mas só será grande se ganharmos.”

Sugerir correcção
Comentar