No Canadá, o calor é tanto que uma vila pegou fogo

Autoridades canadianas estão a analisar se as quase 500 mortes súbitas registadas na Colúmbia Britânica estão relacionadas com a vaga de calor que fez os termómetros chegarem quase aos 50 graus na vila de Lytton.

incendios,mundo,canada,incendios-florestais,clima,alteracoes-climaticas,
Fotogaleria
Vila de Lytton foi consumida pelas chamas, num incêndio provocado pela onda de calor 2 RIVERS REMIX SOCIETY/Reuters
incendios,mundo,canada,incendios-florestais,clima,alteracoes-climaticas,
Fotogaleria
2 RIVERS REMIX SOCIETY/Reuters
incendios,mundo,canada,incendios-florestais,clima,alteracoes-climaticas,
Fotogaleria
Mais de 70 incêndios ainda estavam activos na Colúmbia Britânica SID BONES-SCOTCHMAN/Reuters

As autoridades canadianas estão a analisar se a morte súbita de quase 500 pessoas está relacionada com as temperaturas extremas causadas pela onda de calor que assola o país há quase uma semana, afectando principalmente a província de Colúmbia Britânica, no Oeste do país. Ao mesmo tempo, as ameaças de incêndio vieram a concretizar-se: Lytton teve de ser evacuada devido ao fogo que acabou por consumir a vila, e dezenas de outros focos estão activos.

Na Colúmbia Britânica foram registadas pelo menos 486 mortes súbitas durante os últimos cinco dias, valores que fizeram soar os alarmes. Habitualmente, o número de mortes súbitas na província é de 165 durante este período, segundo o médico-legista chefe da província: os dados mais recentes representam um aumento de 195% em relação a anos normais.

“É cedo para afirmar quantas mortes estão efectivamente relacionadas com o calor, mas acreditamos que o aumento significativo pode ser atribuído às condições meteorológicas extremas”, enfatizou a agente policial Lisa Lapointe. A polícia referiu que os dados avançados na quarta-feira são preliminares e podem vir a aumentar à medida que os médicos-legistas forem actualizando os registos de mortes ocorridas nas comunidades.

A onda de calor foi causada por uma “cúpula de calor” sobre o Noroeste do continente americano, que terá sido agravada pelas alterações climáticas. A vila de Lytton, uma das mais afectadas, bateu durante três dias consecutivos recordes máximos, tendo chegado muito perto dos 50ºC. 

No final da tarde de quarta-feira, Lytton, onde vivem cerca de 250 pessoas, teve mesmo de ser evacuada devido a um forte incêndio. O presidente da câmara, Jan Polderman, informou que “a vila inteira ficou em chamas” e pediu a todos os residentes que abandonassem as suas casas o mais rápido possível e se concentrassem em Boston, a localidade mais próxima.

“É terrível. A vila inteira ficou em chamas. Demorou 15 minutos desde os primeiros indícios de fumo até, de repente, o fogo se ter alastrado por todo o lado”, contou Polderman em declarações à emissora canadiana CBC.

O de Lytton não foi o único incêndio, muitos mais deflagraram no interior da província canadiana junto à costa do Pacífico, provavelmente causados por relâmpagos e ajudados pelos ventos fortes, conforme as previsões meteorológicas. Segundo o serviço que monitoriza os incêndios florestais na Colúmbia Britânica, a última actualização dava conta de mais de 70 incêndios activos esta quinta-feira.

“Nunca vi condições tão extremas para os incêndios florestais”, disse a meteorologista da emissora, Johanna Wagstaffe, acrescentando que estas condições devem manter-se durante “o resto da semana”.

Sugerir correcção
Ler 16 comentários