Quase um milhão de pessoas não responderam a SMS de marcação da vacina

Não é clara a influência que esta ausência de resposta teve no processo de vacinação contra a covid-19.

Foto
A região de Lisboa e Vale do Tejo é a que está mais atrasada na vacinação completa dos cidadãos Nuno Ferreira Santos

Há quase um milhão de pessoas que deixaram sem resposta a SMS enviada pelos serviços de saúde para as convocar para a vacinação contra a covid-19. Dos mais de quatro milhões de mensagens telefónicas enviadas desde o início do processo, houve 956.036 que ficaram sem resposta. Os dados fazem a manchete do Jornal de Notícias desta quarta-feira.

Segundo o diário, até à passada segunda-feira foram enviadas 4.051.000 SMS referentes à vacinação contra a covid-19, incluindo-se neste número as marcações feitas pelos serviços de saúde ou as confirmações dos auto-agendamentos. Citando dados da task force para o processo de vacinação, houve quase três milhões de respostas positivas (2.997.740), correspondendo a 74% dos casos, enquanto 97.224 (2,4%) responderam “não” à convocatória. Mas há ainda um universo considerável, correspondente a 23,6% dos casos (956.036 SMS) que ficaram sem qualquer resposta.

Não há uma resposta clara para o porquê desta ausência de resposta nem sequer sobre a influência real nos números finais da vacinação, ou seja, se quem não respondeu também não foi vacinado ou se o terá sido saltando aquela etapa. O JN indica que os motivos para o silêncio dos convocados “podem ser vários”, incluindo uma discordância com a data proposta, a recusa em ser-se vacinado, a incapacidade de cumprir o prazo de 24 horas para responder ou o facto de os convocados estarem entre a população mais idosa que, avalia o diário, “teve maior dificuldade em responder por esta ferramenta”.

Segundo os dados nacionais da vacinação, revelados esta terça-feira pela Direcção-Geral de Saúde, 5.335.683 cidadãos em território nacional já tinham recebido pelo menos uma dose de uma das vacinas contra a covid-19, o que corresponde a 52% da população. E as contas indicam ainda que 3.295.132 pessoas (32% da população) tinham já a vacinação completa até ao final de domingo.

Por regiões regista-se ainda algum desequilíbrio na velocidade do processo, com o Alentejo a aparecer com 57% da população vacinada com uma dose, o Centro com 56%, o Algarve e Lisboa e Vale do Tejo com 51% e o Norte com 50%. Na Madeira, 50% da população também já tomou uma dose da vacina e nos Açores os valores são os mais baixos de todo o país, apenas 48%. Olhando para a vacinação completa, o Alentejo continua a ser a região mais adiantada no processo, com 37% da população vacinada, seguido do Centro, com 35% (a mesma percentagem da Madeira). Depois, aparece o Norte, com 34%, seguido dos Açores (32%), do Algarve (29%) e de Lisboa e Vale do Tejo que, com apenas 28% da população vacinada com todas as doses necessárias está, neste campo, na cauda do país.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários