Não há sinais de travagem, diz advogado da família de trabalhador colhido por carro onde seguia Cabrita

José Joaquim Barros disse também que não foi feito o teste de alcoolemia ao motorista do carro onde seguia o ministro da Administração Interna. Ainda não é conhecida velocidade a que a viatura circulava.

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A peritagem à viatura e a autópsia são fundamentais para determinar a velocidade aproximada a que seguia o carro do Governo LUSA/Paulo Cunha

O advogado da família de Nuno Santos, o trabalhador de 43 anos que foi atropelado mortalmente na berma da A6 num acidente com o carro onde seguia o ministro da Administração Interna, disse esta quarta-feira que não existem sinais de travagem nem de despiste na auto-estrada, algo que considerou “enigmático”. José Joaquim Barros justifica dizendo que “não há no local o mais pequeno vestígio de que tenha havido uma reacção do condutor”, referiu o advogado em entrevista à SIC Notícias, notando que o sítio do acidente, apesar de não ser “exactamente uma recta”, é “um local com excelente visibilidade até pelo menos uma extensão superior a um quilómetro.”

Além disso, José Joaquim Barros avançou também que não foi feito o teste de alcoolemia ao motorista do carro de Eduardo Cabrita. “As informações que tenho dizem que não houve teste ao álcool, ninguém se apercebeu desse facto”, sustentou. 

Quanto à velocidade a que a viatura seguia, o advogado da família da vítima mortal disse que ainda não foi obtida essa informação e que essa só chegará depois de feita uma peritagem ou quando for conhecido o relatório da autópsia de Nuno Santos, assim como através das imagens de videovigilância da auto-estrada. Outra questão a esclarecer será o facto de a viatura circular na via mais à esquerda quando havia pouco trânsito.

Ao contrário do que indicava o comunicado do Ministério da Administração Interna (MAI), a Brisa garante que as obras estavam devidamente sinalizadas. “De facto havia sinalização, a Brisa sabia disso e posso até avançar uma coisa: os trabalhos de limpeza na berma ou em qualquer outro lado da auto-estrada não começam sem primeiro o respectivo encarregado (que era o Nuno) telefonar para a Brisa para pedir autorização para que os trabalhos possam começar”, afirmou o advogado. De acordo com José Joaquim Barros, Nuno Santos tinha também vestida a roupa de segurança, nomeadamente calças e colete reflectores. 

A 19 de Junho, um dia depois do acidente, o MAI disse que “não havia qualquer sinalização que alertasse os condutores para a existência de trabalhos de limpeza em curso”, e sublinhou que o “trabalhador atravessou a faixa de rodagem, próxima do separador central, apesar de os trabalhos de limpeza em curso estarem a decorrer na berma da auto-estrada”. O acidente está a ser investigado pelo Ministério Público (MP) e esta será uma das questões para esclarecer.

De acordo com fonte do Comando Territorial de Évora da GNR, o acidente ocorreu na sexta-feira “por volta das 13h”, ao quilómetro 77 da auto-estrada que liga Marateca à fronteira do Caia, em Elvas (distrito de Portalegre), e vitimou Nuno Santos que estava a executar “trabalhos de manutenção” na via. O homem chegou a ser “assistido”, mas “acabou por falecer no local”.

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