Cravinho satisfeito com presidência portuguesa, destaca missão em Moçambique

Portugal propôs a Bruxelas que formação seja liderada pelo brigadeiro-general do Exército Nuno Lemos Pires.

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Ministro da Defesa fez balanço positivo da presidência portuguesa na sua área LUSA/ANTONIO PEDRO SANTOS

O ministro da Defesa apontou esta quarta-feira a missão de formação militar europeia em Moçambique, que será formalizada a 12 de Julho, como um dos destaques da presidência portuguesa do Conselho da UE em matéria de Defesa, mostrando-se globalmente “satisfeito”.

Em declarações à agência Lusa, João Gomes Cravinho considerou que um dos temas que marcará a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia é o desenvolvimento de uma missão de formação militar da UE em Moçambique. “A formalização será feita no dia 12 de Julho a nível de reunião de ministros”, adiantou o titular da pasta da Defesa, confirmando também que Portugal propôs o brigadeiro-general do Exército Nuno Lemos Pires para a liderança da missão.

Esta terça-feira, os 27 Estados-membros da UE endossaram o conceito de gestão de crise da futura missão de formação militar da UE em Moçambique, dando o primeiro passo para a sua formalização, avançaram fontes diplomáticas à Lusa. “É fundamental que a UE dê o apoio necessário a países africanos, neste caso Moçambique, para poderem enfrentar o flagelo do terrorismo - se não o fazemos agora, daqui a um ano ou dois será muito mais difícil. Creio que esse argumento foi bem compreendido pelos Estados-membros”, apontou Gomes Cravinho.

As relações UE-África foram outra das prioridades da presidência destacadas pelo ministro, que lembrou que Portugal organizou “pela primeira vez uma reunião com representantes das organizações regionais africanas”.

“Os colegas de Estados-membros da UE creio que perceberam bem que no continente africano nós temos alguns dos nossos maiores desafios e não basta falarmos entre nós sobre aquilo que podemos fazer em África, é fundamental falar com os representantes legítimos das organizações africanas”, vincou.

O ministro classificou ainda como um “marco histórico” o lançamento do Fundo Europeu da Defesa, que foi assinalado hoje num evento no qual participou, juntamente com Thierry Breton, comissário Europeu para o Mercado Interno e Cristian Silviu, eurodeputado.

Este fundo, que contará com uma dotação financeira de cerca de 7,9 mil milhões de euros até 2027, tem por objectivo geral promover a competitividade, eficiência e capacidade de inovação da base tecnológica e industrial de defesa europeia em toda a União, contribuindo para a sua autonomia estratégica, por meio do apoio a acções de colaboração e à cooperação transfronteiriça entre entidades jurídicas da UE, em particular Pequenas e Médias empresas e empresas de média capitalização.

“O FED tem dois programas precursores cujos resultados foram anunciados hoje e empresas portuguesas tiveram uma muito elevada taxa de sucesso nesses concursos. (...) Fomos o sexto país, em termos de participação com sucesso de empresas em candidaturas, o que é muito bom”, destacou.

Entre os temas que “no futuro”, na opinião do governante, ficarão associados à presidência portuguesa em matéria de Defesa, está também a Bússola Estratégica, documento orientador da política de Defesa da UE, bem como o lançamento das Presenças Marítimas Coordenadas.

O ministro destacou ainda, no âmbito das relações da União com a NATO, a participação do secretário-geral da Aliança Atlântica na reunião de ministros da Defesa que teve lugar em Lisboa, no final de Maio.

“Globalmente, vejo com muita satisfação a forma como a nossa presidência foi acolhida, a liderança que demonstrámos ao longo destes seis meses foi bem recebida e acho que deixámos a União Europeia, em matéria de segurança e defesa, mais forte do que era em Janeiro de 2021”, rematou.

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