Novo accionista chinês garante cinco lugares na administração da Mota-Engil

Accionistas da Mota-Engil aprovaram em assembleia geral a nova composição do conselho de administração, que passa a ter 14 elementos. Família Mota, com 40%, fica com a mesma representação que o grupo chinês CCCC

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Adriano Miranda

Não foi por unanimidade e aclamação, mas foi com uns expressivos 98,5% dos votos representados: os accionistas da Mota-Engil que se reuniram esta quarta-feira em assembleia geral aprovaram a redução do conselho de administração da empresa, que “emagreceu” seis lugares, e a entrada directa de quatro administradores indicados pelo novo accionista, a China Communications Construction Company (CCCC). O ponto da ordem de trabalhos relativo à apreciação do relatório e contas consolidado do exercício de 2020 mereceu a unanimidade. A empresa fechou o ano com prejuízos de 20 milhões de euros.

Está agora formalizado o acordo que foi conhecido já em Agosto de 2020, altura em que o grupo liderado por António Mota anunciou um acordo de parceria e investimento com “um dos maiores grupos de infra-estruturas do mundo”.

O grupo Mota-Engil passou a ter dois accionistas de referência, a família Mota, com 40% do capital, e os chineses da CCCC com cerca de 32,5%. No conselho de administração, o grupo chinês vai ficar com 35% dos lugares (o mesmo que a família fundadora), já que cada um dos dois accionistas de referência indicou cinco nomes para integrar o conselho de administração, e que foram convidados ainda mais quatro administradores independentes.

De acordo com a convocatória da assembleia geral, enviada para a Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM), os órgãos sociais da companhia são integrados, por indicação da família, por: António da Mota (actual presidente do grupo construtor português), Gonçalo Moura Martins (actual presidente executivo), Manuel Vasconcelos da Mota (presidente da Mota-Engil África, e filho de António Mota), Carlos Mota Santos (sobrinho do presidente), e Maria Paula Mota de Meireles (irmã de António Mota).

Os chineses da CCCC indicaram como administradores: Wang Jingchun, Wang Xiangrong, Xiao Di, Ping Ping e Tian Feng, todos eles quadros da empresa estatal chinesa. 

Por fim, como administradores independentes mantém-se Ana Paula Ribeiro, Francisco Seixas da Costa e Helena Cerveira Pinto do conselho de administração anterior. E entra, em estreia, Isabel Vaz, administradora do grupo Luz Saúde, que é controlado pelo conglomerado chinês Fosun.

Na comissão executiva, Gonçalo Moura Martins permanecerá o presidente (CEO, ou chief executive officer) e Wang Xiangrong será o administrador com o pelouro financeiro (CFO, ou chief financial officer). Serão ainda acompanhados por Carlos Mota dos Santos (deputy-chief executive officer), Manuel António da Mota e Xiao Di.

Na assembleia geral estiveram presentes representantes de 77,09% do capital social da empresa. Para além dos pontos relacionados com a eleição, para um novo mandato, dos membros do conselho de administração e com a aprovação dos resultados anuais, foram também aprovados o relatório sobre as práticas de governo societário, a declaração da comissão de vencimentos sobre a política de remuneração, e a proposta para a aplicação dos resultados.

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