A bazuca

Costa deveria ter pensado melhor no nome de baptismo da arma que alegadamente nos vai fazer sair da cauda da Europa, para onde chorosa e humildemente regredimos após uns anos de promissora convergência.

O aparecimento e meteórica difusão desta expressão no universo político português convida a reflectir. Como não admira, os direitos de autor cabem a António Costa e constituem mais uma manifestação do imaginário com que vai alimentando as ilusões do cordato rebanho português. Neste caso, o problema está em que “bazuca” é pífio e anacrónico. Trata-se de uma granada-foguete usada na II Grande Guerra contra tanques também eles já obsoletos. Mas o termo denota ainda hoje alguma brutalidade, e Costa pretende precisamente dar a impressão de que o poder de fogo económico-financeiro, que nos foi generosamente concedido pela UE, é imbatível e derrubará todos os obstáculos, objectivos e subjectivos, que se oponham ao audaz e ambicioso relançamento da economia portuguesa.

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