Berardo, um duro golpe na impunidade

Berardo e o seu calote de mil milhões, as suas manobras para salvar a sua colecção da penhora e a sua sincera convicção de que vivia numa república das bananas onde a impunidade prevalece tinham de ser travados.

Seis anos depois de iniciado o inquérito, mais de dois anos após a lamentável sessão da comissão parlamentar de inquérito aos negócios da Caixa Geral de Depósitos na qual Joe Berardo se riu despudoradamente do país que o fez comendador, a justiça deu um primeiro passo contra a sensação de impunidade que a sua história instalara no país. Não chegámos ainda a uma acusação, nem a uma pronúncia, e estamos longe de uma eventual condenação, mas esta terça-feira é um daqueles dias em que o ar ficou mais respirável. Depois da miséria moral dos empréstimos do banco público ao empresário para entrar na luta pelo controlo do BCP, depois de todas as suspeitas sobre as falhas do Banco de Portugal, depois de os contribuintes terem sido chamados a pagar os custos na CGD, após tantas e repetidas manobras suspeitas de Berardo para se eximir às suas responsabilidades, no final de tantos risos cínicos e declarações arrogantes, o protagonista de toda esta miséria moral foi chamado a responder pelos seus actos.

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