Banda paulista La Burca lança single em protesto contra o “tropikaos brasileiro”

Chama-se Mato sem cachorro e é o mais recente single da banda paulista La Burca e o primeiro cantado em português, apresentado como “um grito de revolta em relação à situação do Brasil”. Lançado esta segunda-feira, o texto que o acompanha não deixa dúvidas quanto ao seu motivo e também ao seu principal alvo: “Mais de meio milhão de mortos por covid-19 no Brasil em junho de 2021. Um genocídio institucionalizado, banalizado e perverso do desgoverno federal. É a negação da vida, da vacina, do amor, da cultura, da natureza e das diferenças humanas. Somado a isso, somos o país que mais mata LGBTQIA+ no mundo, uivamos contra essa intolerância, essa negação do amor.  Resistimos em meio ao mato sem cachorro tropikaos brasileiro”.

Formada em Bauru, São Paulo, em 2011, La Burca estreou-se nos palcos em 2013. Nessa altura era um duo, constituído por Amanda Rocha (composições, voz, violão) e Lucas Scb (bateria). Mas desde 2019 que se ampliou para trio, juntando-se à fundadora (Amanda Rocha) Ed Paolow, (bateria) e Daniel Guedes (guitarras). Lançaram, até à data, dois álbuns, La Burca (2013) e Kurious Eyes (2016), sendo este antecipado em 2015 por um EP, She Goos To Flowers. E em 2014 lançaram ainda Diário de uma sombra, vídeo-arte instrumental inspirado nas imagens do foto-livro A imagem no museu do Sonho – uma visão imaginária de Sandman. Todos os discos da banda têm lançamento independente, pelo seu próprio selo, !punklorecords!.

Mato sem cachorro é o segundo single do próximo álbum dos La Burca, depois da publicação, em Outubro de 2020, em single e videoclipe, do tema que lhe dará título, Desaforo, tido como “um manifesto instrumental anti assédio” (mensagem, sem letra: “Assobio não é elogio”). Quanto a Mato sem cachorro, fiquemos com as palavras de Amanda: “O trecho ‘mato sem cachorro, fulana quer amar, deixa a gente amar’, conclama uma resistência, uma força que nos conduz a existir, a sermos quem somos, não vamos deixar de amar, de ser quem a gente é. Mas não podemos continuar morrendo, aceitando essa matança generalizada, ainda mais com essa pandemia. São muito mais que 500 mil mortos, sabemos. Inaceitável, é um escândalo.”