Cães confortam famílias de desaparecidos no colapso de prédio em Miami

Ainda há pessoas desaparecidas nos escombros de um prédio que desabou na quinta-feira em Miami. Tal e Molley foram ajudar as famílias a lidar com as emoções.

Foto
REUTERS/Albert Gea

Algumas famílias de pessoas desaparecidas em Miami, onde um edifício colapsou, encontraram conforto em cães de terapia que foram trazidos para junto deles durante a agoniante espera por notícias. Com cerca de 150 pessoas por localizar, muitas das quais podem estar enterradas debaixo dos escombros, a equipa de salvamento Boricuas de Corazon trouxe um par de amigos de quatro patas: Tal, um akbash de quatro anos a pesar 59 quilos; e Molley, um walker coonhound de um ano.

Os cães podem ajudar as vítimas a processar as suas emoções, disse Linda Perez, presidente da Boricuas de Corazon, uma organização sem fins lucrativos dedicada a ajudar vítimas de desastres. “Boricua” é um apelido dado aos porto-riquenhos, e o grupo oferece serviços em inglês e espanhol. Até agora, os cães já estabeleceram relações com pelo menos quatro famílias da Argentina, outra do Paraguai e outras que vieram de Houston, disse Perez à Reuters. “Eles estão a ter ataques de pânico ou problemas de ansiedade e deixamos que trabalhassem com os cães, tocassem nos cães, deitassem as suas emoções cá para fora”, afirmou Perez.

Familiares dos desaparecidos estão à espera de sinais dos seus entes queridos desde a última quinta-feira de manhã. “Eles conseguem sentir os cães, conseguem sentir que têm contacto com os seus olhos. É muito bonito. Os animais estão a absorver tudo o que estão a sentir e conseguem fazê-los relaxar.” A organização estabeleceu parcerias com outros grupos que treinam cães de terapia e está preparada para ficar com as vítimas durante horas a fio, se for necessário.

Uma mulher desesperada pediu para ter a companhia do cão durante mais tempo, enquanto aguarda pela chegada da filha de outro estado, e disseram-lhe que podia ter apoio ininterruptamente, referiu Perez. “Estas pessoas estão a sofrer”, lamenta. “Ter informação aos bocadinhos não é bom para eles. Estão sob imensa pressão.”

Sugerir correcção
Comentar