Marco Martins mexe nas gavetas da memória para inquietar o presente

No décimo projecto da Companhia Maior, o realizador e encenador apresenta com Fernanda Fragateiro e Gonçalo M. Tavares Natureza Fantasma, instalação no CCB, de 24 de Junho a 16 de Julho. Parte da infância rumo a um contido desassossego.

Foto
Miguel Manso

Ao fundo de um longo corredor, na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, é projectado o filme que toma o lugar central na instalação Natureza Fantasma. Ou, pelo menos, a cola que junta cada uma das experiências que o antecedem. Debaixo do som de vozes que dizem frases imperceptíveis, de ruídos que captam as mais variadas actividades quotidianas na rua, de excertos de canções, vemos avançar pela penumbra um conjunto de corpos. Transportam e arrumam caixas, gavetas que guardam cartas, fotografias, objectos de toda a espécie que remetem de forma imediata para as memórias de cada um. A câmara segue o movimento destes corpos, mas não se fixa em nenhum, antes documenta um vai-vém constante naquele arquivo de memórias que ajuda a explicar tudo aquilo por que passámos antes.

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