Emigrantes portugueses poderão votar eletronicamente nas legislativas de 2023

A informação foi avançada pela secretária de Estado das Comunidades Portuguesas. Um teste piloto será efectuado no início de 2022.

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Berta Nunes colocou o voto electrónico como uma das maiores apostas do seu mandato Nuno Ferreira Santos
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Berta Nunes, secretária de Estado das Comunidades Portuguesas PAULO PIMENTA

Os eleitores portugueses que vivem fora de Portugal poderão votar electronicamente nas legislativas de 2023, disse este sábado à agência Lusa a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes.

Será efectuado um teste-piloto no início de 2022 nas eleições para o Conselho das Comunidades. “Se este teste correr bem e mostrar que é possível, que é confiável, que as pessoas aderem e que não se colocam problemas de segurança, podemos esperar alargar este teste e poder até a vir a utilizá-lo [o voto electrónico] nas legislativas”, deixou antever à Lusa a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas.

A governante esteve neste sábado em Paris para participar na conferência Portugal Positivo, organizada pelo grupo Bom Dia, meio de comunicação social direccionado para a diáspora portuguesa. Elencando as principais inovações que gostaria de deixar para a consolidação da política portuguesa para as comunidades, Berta Nunes colocou o voto electrónico como uma das maiores apostas do seu mandato. “A participação eleitoral precisa que todos os cidadãos votem”, defendeu.

A governante estima que o teste vai precisar de seis meses de preparação, antecipando que a alteração à lei do Conselho das Comunidades, nomeadamente o artigo (44.º) sobre a forma de votação, seja aprovada nas próximas semanas, e permita ter as eleições até Março de 2022.

Para essa data haverá ainda uma campanha de comunicação alargada, de forma captar a atenção e interesse de todos os emigrantes no mundo que queiram participar neste escrutínio e que o possam fazer a partir de casa.

Ao contrário de quem vota em Portugal, Berta Nunes lembra que muitos emigrantes têm de percorrer muitos quilómetros para votar, tendo mesmo nalguns casos de fazer ligações aéreas. O voto postal está também “a ser aperfeiçoado”, adiantou.

Outro ponto que a governante quer tratar nos próximos tempos é o ensino da língua portuguesa, com Berta Nunes a referir que continuará a haver reforço de professores em França, mas que o ensino da língua pode vir também a ser feito em regime misto, com uma parte a acontecer online, especialmente para as crianças que vivem mais longe.

Na lista de prioridades da secretária de Estado está ainda o investimento da diáspora em Portugal. Berta Nunes quer unir os esforços nacionais aos esforços locais dos gabinetes de apoio ao emigrante nos municípios para atrair mais e melhor capital dos emigrantes e para que estes também façam investimentos “de qualidade”.

A conferência Portugal Positivo reuniu em Paris as autoridades portuguesas, mas também figuras de relevo da comunidade como artistas, políticos e jornalistas, debatendo as principais temáticas que interessam aos portugueses em França como economia, impacto da pandemia ou ser português em França.

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