Áustria obriga Itália a trabalho extra para chegar aos “quartos”

Equipa de Mancini esteve longe de confirmar as expectativas criadas na fase de grupos e só bateu os bem organizados austríacos no prolongamento com soluções saídas do banco.

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Chiesa saiu do banco para dar o triunfo sofrido à Itália Reuters/JUSTIN TALLIS

Quem apostou que a Itália tinha o caminho facilitado para os quartos-de-final do Euro 2020 pelo futebol praticado na fase de grupos enganou-se. Apostada em continuar a fazer história na competição, a Áustria levou a partida do Estádio de Wembley, em Londres, para prolongamento, com um nulo no marcador. No tempo extra, os suplentes Chiesa e Pessina fizeram a diferença, mas o conjunto de Franco Foda ainda reduziu para 2-1. Da partida deste domingo entre Portugal e Bélgica sairá o próximo adversário.

Um conjunto austríaco personalizado, bem organizado e totalmente descomplexado surpreendeu por completo a Itália, assumindo mesmo o controlo do jogo em várias fases da partida. Logo aos 15’ tinha 63% da posse de bola, numa altura em que os italianos procuravam assentar o seu jogo no meio-campo e a pressionar mais alto.

Com Spinazzola a criar desequilíbrios no corredor esquerdo, a equipa de Roberto Mancini criou a primeira situação de verdadeiro perigo no encontro, aos 17’. Após (mais) uma arrancada, o lateral da Roma cruzou para um remate de Barella que Daniel Bachmann defendeu com o pé.

Os austríacos recuaram bastante o bloco, mas não se descompuseram defensivamente, ainda que deixassem para a segunda metade as ambições atacantes.

À passagem da meia-hora, os italianos tinham equilibrado o jogo, com 53% de posse de bola (55% ao intervalo), mas só voltaram a levar perigo à baliza adversária aos 32’, quando um remate espontâneo de Immobile foi travado pelo poste.

Mais Áustria no segundo tempo

Apesar do crescente domínio, os transalpinos prendiam muito a bola, especialmente Verratti no meio-campo, que voltou a remeter para o banco Manuel Locatelli. Um suplente de luxo que estivera em destaque nos dois primeiros jogos da fase de grupos, tendo apontado dois golos à Suíça.

Na frente, os italianos tinham dificuldade em ultrapassar a última linha adversária, adornando muitas jogadas atacantes, que acabavam desmontadas, sem particular dificuldade.

A Áustria estendeu o seu jogo na segunda parte e deixou um aviso logo aos 52’, quando Alaba, a grande estrela da equipa (irá reforçar o Real Madrid na próxima temporada), rematou um pouco por cima do poste, após cobrar um livre frontal. Novamente os italianos eram surpreendidos com a postura do oponente.

Com a partida muito dividida e perante as dificuldades dos italianos em conterem o adversário ou encontrarem soluções para chegar à baliza contrária, Mancini preparava-se para mexer na equipa, quando Arnautovic, assistido por Alaba, colocou a bola dentro da baliza defendida por Donnarumma, aos 65’.

Um grande balde de água fria para a Itália, que respirou de alívio instantes depois, quando o videoárbitro (VAR) anulou o golo, por fora-de-jogo.

Sem mais delongas, Mancini fez entrar Pessina (Barella) e Locatelli (Verratti), mas a toada da partida não se alterou.

Pelo contrário, um novo fora-de-jogo descortinado pelo VAR na área italiana impediu que fosse assinalado um penálti, aos 74’ – por falta de Berardi sobre Sabitzer -, após um livre de Alaba. Contra todas as expectativas, a Áustria estava por cima do encontro, mas o nulo persistiu até ao final do tempo regulamentar.

Na meia-hora extra que se seguiu (o oitavo prolongamento dos italianos em fases finais de Europeus), a selecção de Mancini abateu o sonho austríaco. Entrado aos 84’ para o lugar de Beradi, Federico Chiesa bateu finalmente a defesa contrária, aos 95’. E, dez minutos depois, Pessina apontou o 2-0, nada valendo o golo de honra de Kalajdzic (114'), o primeiro sofrido pelos italianos no torneio.

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