Nas imagens de João Maria Gusmão e Pedro Paiva podemos pensar

Terçolho é uma das mais completas exposições de João Maria Gusmão + Pedro Paiva e o momento da separação da dupla iniciada em 2001. Filmes, instalações, esculturas e desenhos, mapeiam um universo artístico em busca de uma primeira visão de uma imagem. No Museu de Serralves, até 7 de Novembro.

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Nelson Garrido
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Uma coincidência. Quando João Maria Gusmão (Lisboa, 1979) + Pedro Paiva (Lisboa, 1979) começam a apresentar, no Museu de Serralves, a mais completa exposição da obra que fizeram juntos, a notícia já circulava. Enquanto dupla, haviam chegado ao fim. Definitivo, irreversível? Isso só ao futuro dirá. Enquanto isso, Terçolho — o nome da exposição, com a curadoria de Marta Moreira de Almeida e Phillipe Vergne — estende-se pelas galerias dos museus até à garagem, num caleidoscópio de exposições dentro de exposições. Filme, fotografia, escultura e instalação em trabalhos realizados entre 2004 e 2021 (os mais recentes da autoria de João Maria Gusmão), que deixam os visitantes num estado de espanto, e perpétua indagação. O que estamos a ver? Que imagens são estas? O que lhes acontece? Como foram feitas? Serão este objectos esculturas ou podem ser imagens bidimensionais? O que se esconde por detrás deste fascinante absurdo? Que experiência sensorial nos proporciona? Como noutras exposições, a dupla encena um teatro, o da experiência do tempo, da ilusão e dos sentidos das imagens. Experiência que, por sua vez, explica o sentido metafórico ao título. Ninguém sairá da exposição com a vista inflamada, é certo, mas não faltarão corpos estranhos no olho, efeitos inesperados sobre a perceção da realidade. Dito de outro modo, no fim de cada visita, formar-se-ão abcessos, mas serão menos físicos, do que mentais, metafísicos ou até existenciais.

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