UEFA acaba com a regra dos golos fora nas competições de clubes

Em caso de igualdade após 180 minutos, recorrer-se-á a um prolongamento e a grandes penalidades, se necessário for.

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LUSA/Peter Powell

A UEFA informou nesta quinta-feira que aprovou uma proposta para acabar com a regra dos golos fora em todas as competições de clubes, masculinas, femininas e jovens. Uma medida que entrará em vigor dentro de algumas semanas, já na fase de qualificação para as provas europeias de 2021-22.

A regra dos golos fora, introduzida pela UEFA em 1965-66, aplica-se sempre que uma eliminatória a duas mãos termina empatada no final dos dois jogos, com a equipa que apontou mais golos no estádio do adversário a seguir em frente. 

No último ano e meio, porém, por força da pandemia de covid-19 que afectou o planeta, o factor casa acabou por perder preponderância, não só tendo em conta a ausência de público, mas porque alguns jogos decorreram mesmo em campo neutro. E a discussão sobre a pertinência desta regra foi relançada.

O que acontecerá, então, a partir de agora, sempre que se registar um empate após 180 minutos de jogo? Será disputado um prolongamento após os 90 minutos da segunda mão (15 minutos + 15 minutos), seguindo-se o tradicional desempate por grandes penalidades, se, ainda assim, a igualdade se mantiver.

“Actualmente, o impacto da regra joga contra o seu propósito original, já que, na verdade, agora dissuade as equipas da casa, especialmente na primeira mão, de atacarem, porque temem sofrer um golo que dê uma vantagem crucial ao adversário”, explicou Aleksander Ceferin, presidente da UEFA. 

Uma vez que a regra dos golos fora deixará de ser válida, a UEFA entendeu também retirá-la da lista de critérios de desempate que são aplicados quando duas equipas terminam uma fase de grupos com os mesmos pontos. Uma mudança que só foi possível porque o Comité Executivo do organismo acolheu as propostas formuladas pelo Comité de Competições de Clubes e pelo Comité do Futebol Feminino.

“Também se critica a injustiça, especialmente no prolongamento, de se obrigar a equipa da casa a marcar por duas vezes quando o adversário faz golo”, acrescentou Ceferin, para justificar esta alteração. “É justo dizer-se que o factor casa já não é tão relevante como chegou a ser”.

Para suportar esta tese, a UEFA recorda que as estatísticas, desde meados da década de 1970, demonstram uma “redução contínua na diferença entre o número de vitórias em casa e fora (de 61%-19% para 47%-30%), o mesmo acontecendo com a média de golos por jogo (de 2.02-0.95 para 1.58-1.15) nas provas masculinas.

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