Aumento dos preços das casas desacelera para 5,2% no primeiro trimestre

Índice de Preços da Habitação apurado pelo Instituto Nacional de Estatística revela um abrandamento do ritmo de crescimento homólogo, com uma quebra de 3,4 pontos percentuais face ao tfinal de 2020

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Rui Gaudencio

O preço das casas em Portugal aumentou 5,2% no primeiro trimestre deste ano, face a igual período de 2020. A subida do Índice de Preços da Habitação (IPHab) apurado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em termos homólogos revela que os aumentos em cadeia, face ao trimestre anterior, continuam a ser uma realidade (1,6%). Mas já há uma desaceleração dos aumentos em termos homólogos: o crescimento de 5,2% verificado entre Janeiro e Março deste ano, por comparação a igual trimestre de 2020, significa uma quebra de 3,4 pontos percentuais (p.p.) face ao aumento homólogo verificado entre Outubro e Dezembro do ano passado. No quarto trimestre de 2020, a variação homóloga do IPHab, face ao último trimestre de 2019, havia atingido 8,6%. 

A variação homóloga de 5,2% verificada agora é, também, destaca o INE, o  “aumento de preços menos expressivo registado desde o quarto trimestre de 2015”. 

De acordo com o INE, entre Janeiro e Março de 2021, foram transaccionadas 43.757 habitações com um valor total de 6,9 mil milhões de euros. Por comparação com um ano antes, estes valores configuram aumentos em ambos os indicadores, mas é muito mais expressivo no valor (aumento 2,5%) do que no número de transacções (aumentou 0,5%). E, na análise por meses, verifica-se que foi Março que arrastou o trimestre, já que Janeiro e Fevereiro evidenciaram reduções homólogas, face ao primeiro trimestre de 2020, de 8,3% e 14,1%, respectivamente, no número de transacções e de 8,3% e 8,5%, pela mesma ordem, em valor.

Já na comparação com o trimestre anterior (Outubro a Dezembro de 2020), “observou-se [no primeiro trimestre de 2021] uma redução de 12% no número de transacções de alojamentos” e de 8,1% no valor envolvido.

Como recorda o INE na informação que acaba de divulgar, nos meses de Janeiro e Fevereiro foram introduzidas restrições à mobilidade com o agravamento da pandemia, e que comparam com os primeiros dois meses de 2020 em que a pandemia estava apenas na fase inicial e não declarada oficialmente. Em Março de 2021, pelo contrário, as transacções realizadas aumentaram aproximadamente 27,5% em termos homólogos, quer em número quer em valor, reflectindo em grande medida um efeito de base devido à comparação incidir sobre Março de 2020, “mês já fortemente afectado pela pandemia de covid-19”.

O aumento dos preços foi mais intenso no caso das habitações existentes (5,4%), por comparação com as habitações novas (4,5%). Dos 6,9 mil milhões de euros transaccionados no primeiro trimestre de 2021, 5,6 mil milhões de euros respeitaram a alojamentos existentes e 1,3 mil milhões de euros a alojamentos novos.

A Área Metropolitana de Lisboa continua a assegurar a principal fatia das transacções do país, apesar de ter vindo a perder peso pelo terceiro trimestre consecutivo – foi neste território que mudaram de mãos 14.713 habitações, o que corresponde a 33,6% do total do país.

O Norte, com 12.713 transacções, concentrou 29,1% do total (mais 1,1 pontos percentuais em termos homólogos). Na região Centro foram transaccionados 8541 alojamentos, “correspondendo a um peso relativo de 19,5%, que tem aumentado há quatro trimestres consecutivos”. No Algarve, o número de transacções totalizou as 3240 unidades (7,4%), “um registo muito próximo do observado no Alentejo, com 3.035 habitações (6,9%) a mudarem de proprietário”, diz o INE.

Na Região Autónoma dos Açores e na Região Autónoma da Madeira foram transaccionados 606 e 909 alojamentos, respectivamente, representando, 1,4% e 2,1%, pela mesma ordem, do número total.

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