UEFA “veste” as cores do arco-íris nas redes sociais para combater polémica

Organismo rejeita ter tomado uma posição política ao ter declinado o pedido para iluminar o Allianz Arena com as cores que representam o movimento LGBTI.

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A UEFA tentou aplacar, nesta quarta-feira, as críticas de que tem sido alvo nos últimos dias na sequência da rejeição de um pedido para integrar as cores do arco-íris na iluminação do Allianz Arena, em Munique. O organismo que rege o futebol europeu decidiu actualizar o logótipo nas redes sociais, passando a incorporar as cores que representam o movimento LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Intersexo).

A iniciativa que tinha sido proposta pelo município de Munique, de iluminar o estádio com as cores do arco-íris durante o jogo desta noite (20h), entre a Alemanha e a Hungria, foi afastada pela UEFA, com o argumento de que “é uma organização política e religiosamente neutra”. “Dado o contexto político do pedido (uma mensagem dirigida a uma decisão do Parlamento nacional húngaro), a UEFA deve rejeitá-la”, acrescentou, em comunicado.

Desta forma, o organismo presidido por Aleksander Ceferin furtava-se a uma tomada de posição sobre um tema incómodo para o Governo húngaro, que aprovou recentemente uma lei que proíbe a divulgação de conteúdos sobre orientação sexual a menores de 18 anos. Lei, essa, que já foi duramente criticada por muitos Estados-membros. 

Enquanto símbolo associado à comunidade LGBTI, a bandeira do arco-íris está agora a ser usada pela UEFA como fundo do seu logótipo nas redes sociais. E vem acompanhada de um esclarecimento: “Muitas pessoas interpretaram a decisão da UEFA de rejeitar o pedido da cidade de Munique [...] como política. Pelo contrário, o próprio pedido é que era político, porque ligado à presença da selecção húngara no estádio para o jogo desta noite”.

De resto, o organismo diz-se “orgulhoso de envergar as cores do arco-íris”. “É um símbolo que encerra os nossos valores basilares, promovendo tudo aquilo em que acreditamos - uma sociedade mais justa e igualitária, tolerante com todos, independentemente da sua condição, crenças ou género”. 

Quem também se juntou à causa, com o mesmo modus operandi, foi a Federação Portuguesa de Futebol, usando as cores do arco-íris como fundo para o logótipo do organismo.

Se o coro de críticas que se abateu sobre a UEFA chegou, em larga medido, do quadrante político, também foram vários os protagonistas desportivos a expressarem a sua indignação. O mais recente foi o porta-voz da selecção da Bélgica, que entrará em campo no domingo para disputar os oitavos-de-final da prova, provavelmente com o capitão a envergar uma braçadeira com as cores do arco-íris. 

“Discordamos totalmente da decisão da UEFA e provavelmente vamos competir no domingo com uma braçadeira arco-íris”, adiantou Stefan van Loock, porta-voz da federação belga. “A UEFA deveria ter autorizado a iluminação no estádio. Se se dizem a favor da integração, igualdade e transparência, esta tinha sido a melhor oportunidade para o mostrarem”.

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